O Estado subsidiou o consumo de gás pelas famílias em 85%, enquanto subsidiou em 88% o consumo de petróleo iluminante no ano passado. Para já as famílias têm a garantia do Governo de que os preços não vão mudar, mas como o Executivo não divulga prazos para a reforma, resta cruzar os dedos e esperar.
Em 2023 foram comercializadas mais de 410 mil toneladas métricas de gás de butano a um custo total de 198,4 mil milhões Kz, mais 15% em relação ao ano anterior, segundo cálculos do Expansão com base em dados do Ministério das Finanças sobre a subsidiação aos combustíveis no ano passado, que revela que o Estado subsidiou em 169 mil milhões o consumo de gás das famílias angolanas.
Contas feitas, a subsidiação estatal ao Gás de Petróleo Liquefeito (LPG) foi de 85%, o que faz com que uma botija de gás que hoje é comercializada oficialmente a 1.200 Kz, caso seja retirada na totalidade a subsidiação, seria vendida a 8.000 Kz. Ou seja, em 2023 o Estado cobriu com 6.800 Kz por botija o consumo de gás das famílias angolanas.
Numa altura em que o Governo voltou a mexer nos preços dos combustíveis, ao subir para 200 Kz por litro o preço do gasóleo, para já há boas noticias para os consumidores de gás. É que o fim da subsidiação ao preço do gás de cozinha continua sem data, por se tratar de um combustível de consumo geral e que exige medidas de mitigação mais robustas e uma melhor planificação. Mas isto não significa que a subsidiação ao gás seja perpetuada no tempo.
Apesar de a subsidiação ao preço do gás não ser um “subsídio cego” – como é o caso da gasolina e do gasóleo, que beneficiam directamente a parte da população com mais meios financeiros para ter automóveis – ainda assim há o compromisso do Governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com o Banco Mundial em acabar com todos os subsídios no médio prazo.