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Trump vs. Musk: Do “bromance” ao confronto público – como a relação azedou de vez

by REDAÇÃO

O que começou como uma aliança improvável entre dois dos homens mais influentes do mundo – o ex-presidente dos EUA Donald Trump e o magnata da tecnologia Elon Musk – está agora no centro de uma disputa pública marcada por críticas, ataques pessoais e até ameaças políticas. O que levou esse “bromance” a desmoronar tão rapidamente?

Nos últimos dias, os dois trocaram farpas diretamente pelas suas plataformas sociais: Trump pela Truth Social e Musk pelo X (antigo Twitter). A tensão começou com críticas ao novo projeto de orçamento apresentado pela administração Trump, e rapidamente escalou para acusações graves e especulações sobre o futuro político do ex-presidente.

Tudo começou quando Musk deixou o cargo de diretor do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), elogiado por Trump na ocasião. No entanto, apenas dois dias depois, o bilionário chamou o pacote orçamental proposto pelo ex-presidente de “abominação nojenta”.

O plano de Trump previa reforço da segurança nas fronteiras e cortes fiscais, mas também permitiria ao governo contrair mais dívida pública. Musk, visivelmente indignado, condenou os cortes no incentivo a veículos elétricos e acusou os apoiadores do projeto de comprometerem o futuro econômico do país.

Durante uma coletiva de imprensa com o chanceler alemão Friedrich Merz, Trump afirmou estar “muito decepcionado” com Musk, sugerindo que o empresário estava apenas ressentido por perder benefícios para seus negócios ligados a carros elétricos.

Musk, acompanhando tudo em tempo real, respondeu quase instantaneamente, criticando o que chamou de “nepotismo enraizado” e negando ter tido acesso ao projeto de lei antes da sua apresentação.

Trump não deixou barato. Usando sua plataforma, sugeriu que Musk “perdeu a cabeça” e alegou ter retirado antecipadamente os subsídios ao setor de veículos elétricos por considerar que “ninguém os queria”.

A troca de acusações continuou. Musk voltou a atacar a proposta orçamentária de Trump, alertando que ela poderia gerar um défice de mais de 2,5 biliões de dólares. Relembrou ainda um tweet antigo de Trump, onde o ex-presidente afirmava que nenhum líder deveria buscar reeleição se não conseguisse equilibrar as contas públicas.

Mas foi um comentário posterior que realmente incendiou as redes: Musk insinuou que Trump estaria ligado aos polémicos ficheiros de Jeffrey Epstein – uma acusação grave e sem provas até o momento. O empresário não revelou como teria acesso a tais documentos, mas a sua publicação agitou a opinião pública.

A tensão atingiu um ponto crítico quando Musk compartilhou mensagens de usuários sugerindo o impeachment de Trump. Num dos posts, indicou apoio à ideia de que JD Vance, atual vice-presidente, assumisse a liderança. Vance, por sua vez, respondeu publicamente reafirmando lealdade a Trump, numa tentativa de conter o impacto político.

Musk tem sido mais ativo do que nunca na sua plataforma, disparando críticas quase diárias a Trump e às suas políticas. Enquanto isso, o projeto de orçamento segue em debate no Congresso, com forte oposição por parte de democratas e até alguns republicanos preocupados com o elevado défice fiscal.

Apesar da aprovação apertada na Câmara dos Representantes, o Senado ainda poderá rejeitar ou modificar a proposta, o que mantém o clima político instável – e a guerra verbal entre Musk e Trump cada vez mais acesa.

O desentendimento entre Donald Trump e Elon Musk vai além de ideologias ou políticas públicas – é também uma batalha de egos, poder e influência no cenário norte-americano. Enquanto isso, o futuro do projeto orçamental, do movimento MAGA e da possível candidatura de Trump à presidência continuam envoltos em incerteza. A única certeza? Este embate está longe de acabar.

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