A morte de Igor Kirillov, general russo responsável pela defesa nuclear, biológica e química das Forças Armadas da Rússia, ocorreu em Moscovo e foi rapidamente atribuída aos serviços secretos ucranianos, com o apoio de simpatizantes da causa ucraniana na Rússia. Este atentado, executado com precisão, contou com a ajuda de agentes infiltrados e civis russos descontentes com o regime de Vladimir Putin.
O atentado contra Kirillov aconteceu em uma zona residencial de Moscovo, onde uma bomba foi colocada em uma trotinete estacionada perto do edifício onde o general morava. O major-general Agostinho Costa, em análise, explicou que a ação foi simples de realizar, com os responsáveis mapeando os movimentos do general, como horários e rotinas diárias, para escolher o momento perfeito para atacar. “Basta saber onde ele mora e quando ele sai de casa, e uma ação como essa pode ser detonada com um simples telefone”, afirmou Costa, destacando a habilidade estratégica, mas reconhecendo que o impacto dessa ação não alterará significativamente a guerra.
Para o major-general Isidro de Morais Pereira, o assassínio de Kirillov tem implicações além da esfera militar, pois reflete a crescente capacidade da Ucrânia de realizar ações subversivas, não apenas dentro de seu território, mas também em Moscovo. Ele enfatiza que o braço longo da Ucrânia, apoiado por insurretos e simpatizantes russos, tem alcançado lugares distantes, perturbando até as operações russas em outras regiões como a África e a Síria.
Kirillov, como responsável pela defesa química das Forças Armadas russas, tinha um papel crucial no desenvolvimento e manutenção de armas químicas proibidas. A Ucrânia tem acusado a Rússia de usar essas armas, como a cloropicrina, em ataques contra suas forças, especialmente nas frentes leste e sul. O major-general Isidro de Morais Pereira aponta que, como responsável pela gestão dessas armas, Kirillov foi diretamente envolvido na sua utilização, com a possível aprovação de Vladimir Putin para essas ações.
A Ucrânia havia alertado para o uso de armas químicas desde o início do conflito, e, antes de sua morte, os serviços secretos ucranianos haviam acusado Kirillov de ordenar o uso maciço de munições químicas contra o exército ucraniano, ultrapassando as 4.800 vezes. Para os ucranianos, essa ação representa uma violação clara da Convenção de Armas Químicas, um crime de guerra. Assim, a morte de Kirillov foi justificada pelos serviços secretos ucranianos como a eliminação de um “criminoso de guerra”, um “alvo legítimo”.
Embora a morte de Kirillov não tenha repercussões diretas no campo de batalha, ela carrega um peso simbólico significativo. Para os especialistas militares, é uma forma de afirmar que, apesar das dificuldades no front, a Ucrânia mantém a iniciativa estratégica e tem capacidade de atingir alvos de alto valor. Agostinho Costa vê o assassínio também como uma ação com forte efeito mediático, especialmente para o público interno da Ucrânia, oferecendo um “alívio” emocional e uma sensação de que a luta continua no campo estratégico, apesar das perdas no terreno de combate.
A morte de Igor Kirillov não é apenas um ato de retaliação contra um alvo simbólico, mas uma demonstração da capacidade crescente da Ucrânia de executar operações subversivas com o apoio de elementos dentro da Rússia. Mais do que um simples ataque, a operação reflete um jogo estratégico onde o impacto pode ser tanto militar quanto psicológico, demonstrando que, mesmo diante das dificuldades, a Ucrânia continua a desafiar a Rússia com ações ousadas e coordenadas.