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Roma é palco de grande manifestação pelo fim da guerra em Gaza

by REDAÇÃO

Milhares de italianos tomaram as ruas de Roma neste sábado (7 de junho) para pedir o fim da guerra na Faixa de Gaza. A mobilização, organizada pelos principais partidos da oposição, reuniu vozes de todo o país e ganhou forte simbolismo político e humanitário.

O protesto partiu da Praça Vittorio Emanuele II e seguiu até a famosa San Giovanni in Laterano, uma das zonas mais emblemáticas da capital italiana. A organização ficou a cargo do Partido Democrático (PD), Movimento 5 Estrelas (M5S) e da Aliança Verde e Esquerda Italiana (Avs).

De acordo com os organizadores, dezenas de milhares de manifestantes participaram da marcha, carregando bandeiras da Palestina, faixas de paz e cartazes exigindo o fim do conflito. Curiosamente, também foram vistas bandeiras de Israel com a estrela de Davi ao centro, simbolizando apoio à solução de dois Estados e à coexistência pacífica entre israelenses e palestinianos.

Na linha da frente do protesto estavam líderes partidários como Elly Schlein (PD), Giuseppe Conte (M5S), Angelo Bonelli e Nicola Fratoianni (Avs). O hino de resistência “Bella Ciao” foi entoado por manifestantes e políticos, seguido por gritos como “Palestina livre” e “Somos todos palestinianos”.

Os manifestantes não pouparam críticas à primeira-ministra Giorgia Meloni e ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu. Um dos cartazes mais impactantes comparava os dois líderes a Mussolini e Hitler, com a frase: “Hoje como ontem, sempre ao lado do crime.”

Outros cartazes expressavam indignação com o conflito e empatia com as vítimas civis, especialmente as crianças. Um grupo levou panos brancos cobertos por bonecos ensanguentados, em referência às vítimas infantis dos ataques a Gaza.

Durante o protesto, Elly Schlein criticou o governo Meloni por não se posicionar contra os ataques israelenses. “Esta é a Itália que não se cala. Que exige o reconhecimento do Estado palestiniano”, declarou.

Giuseppe Conte, por sua vez, apontou para o que chamou de “extermínio sistemático” e afirmou que o governo italiano tem sido conivente. Já Bonelli reforçou a exigência da revogação de acordos militares com Israel e criticou a “hipocrisia” das autoridades.

A manifestação em Roma não foi a única a abordar o tema. Em Milão, partidos como Italia Viva (de Matteo Renzi) e Azione (de Carlo Calenda) realizaram um encontro com o lema “Dois povos, dois Estados, um destino”. Contudo, divergências sobre a menção ao antissemitismo geraram atrito entre esses grupos e os organizadores da marcha em Roma.

O vice-primeiro-ministro Matteo Salvini aproveitou o contexto para criticar a oposição, sugerindo que o protesto em Roma poderia ter sido planejado para influenciar o referendo sobre trabalho e cidadania, marcado para o dia seguinte.

“Espero que ninguém use as mortes em Gaza como pretexto para ganhar votos”, declarou.

O protesto em Roma mostra que a guerra em Gaza está no centro do debate político europeu e evidencia como o conflito ressoa além do Oriente Médio. A marcha também expôs as fissuras entre os partidos italianos quanto à postura diante de Israel, do Hamas e da crise humanitária em curso.

Mais do que um ato político, a manifestação foi uma expressão coletiva de dor, solidariedade e exigência de paz uma Itália que não quer permanecer em silêncio.

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