Após o devastador sismo de magnitude 7.7 que abalou Myanmar, a ajuda internacional continua a chegar lentamente ao país, dois dias após o desastre. O tremor, que ocorreu na última sexta-feira, causou mais de 1.700 mortes e deixou mais de 3.400 feridos, de acordo com o último balanço da junta militar que atualmente governa o país.
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) está a pedir uma angariação urgente de mais de 100 milhões de dólares para apoiar as vítimas do terremoto. A organização alerta que a destruição foi massiva e que as necessidades humanitárias só aumentam com o tempo. A FICV enfatiza que com o aumento das temperaturas e a proximidade das monções, que chegam dentro de algumas semanas, é vital estabilizar as comunidades afetadas para evitar uma crise humanitária ainda maior.
Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) ativou seu sistema de gestão de emergências e mobilizou seu centro logístico em Dubai para preparar o envio de ajuda médica e medicamentos para as áreas mais atingidas.
O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) também alertou para a grave escassez de fornecimentos médicos no país. A OCHA já enviou 17 camiões com abrigos e outros materiais de socorro, provenientes da vizinha China, para ajudar a aliviar a situação.
O sismo de sexta-feira, que foi um dos mais fortes a atingir Myanmar no último século, teve seu epicentro a apenas 17,2 km de Mandalay, a segunda maior cidade do país, com cerca de 1,5 milhões de habitantes. O tremor ocorreu a uma profundidade de 10 quilômetros e causou danos significativos em uma região já devastada por um conflito armado que se intensificou após o golpe militar de 2021, o qual derrubou o governo democraticamente eleito de Aung San Suu Kyi.
De acordo com o Instituto de Estudos Geológicos dos Estados Unidos, o número de mortos poderá superar os 10.000, e os danos materiais poderão ultrapassar a produção econômica anual do país.
A ajuda internacional tem sido fundamental, com vários países vizinhos de Myanmar a enviarem equipes de socorro e materiais. A China foi uma das primeiras a responder, enviando uma equipe de 82 socorristas e prometendo uma ajuda de emergência no valor de 12,7 milhões de euros. Hong Kong também enviou uma equipe de 51 pessoas, junto com 9 toneladas de equipamentos e dois cães de resgate, além de desbloquear uma verba de 30 milhões de dólares de Hong Kong (aproximadamente 3,5 milhões de dólares americanos).
A Tailândia enviou 55 militares e seis cães de resgate, além de equipamentos pesados, como gruas e escavadoras, para ajudar nas operações de busca e salvamento. A Coreia do Sul comprometeu-se a fornecer dois milhões de dólares em ajuda humanitária e se mostrou disposta a contribuir mais, caso a situação se agrave ainda mais.
A União Europeia também se comprometeu a ajudar, desbloqueando inicialmente 2,5 milhões de euros em ajuda de emergência. O Reino Unido prometeu 12 milhões de euros para apoiar as áreas mais afetadas, com foco em alimentos, água, medicamentos e abrigos. A Irlanda, por sua vez, alocou 6 milhões de euros para auxiliar nas operações de socorro.
Com o apelo da Cruz Vermelha e a crescente necessidade de apoio internacional, a comunidade global está se unindo para ajudar Myanmar a enfrentar a tragédia e a reconstruir as áreas mais afetadas por esse desastre devastador.