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FLEC acusa UNITA de Conluio com o MPLA e responsabiliza Governo por comunicado falso em nome da Frente de Libertação de Cabinda

A Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) acusou a UNITA de tentar enganar o povo de Cabinda, chamando o lema da sua recente jornada, “Pela autonomia local, ao serviço do cidadão”, de parte de um plano maquiavélico coordenado entre o MPLA e a UNITA. Para a FLEC, este movimento visa despojar a província de suas riquezas naturais, como as terras raras, e reforçar a presença militar na região. A organização considera o ato como parte de uma estratégia maior para neutralizar a luta pela independência de Cabinda.

Em um comunicado oficial emitido após uma reunião extraordinária da sua Direção Política, a FLEC-FAC expressou desaprovação pela escolha de Cabinda como o local das Jornadas Parlamentares da UNITA. A FLEC criticou a abordagem da UNITA, argumentando que o lema de suas jornadas é insustentável, dado que a realidade de Cabinda e os desejos do povo da província estão longe das soluções oferecidas pela oposição. Segundo o comunicado, a UNITA, ao tentar implementar um “plano arquitetado” com o regime de Luanda, estava se distanciando da verdadeira necessidade de diálogo com o povo de Cabinda, que há décadas luta pela sua autodeterminação.

A FLEC também questiona a eficácia do discurso da UNITA sobre as autarquias locais, sugerindo que qualquer modelo político-administrativo para Cabinda deve ser discutido após um cessar-fogo e um diálogo genuíno, algo que, para a organização, é um imperativo constitucional e não uma solução exclusiva para a província. A FLEC afirmou ainda que a renúncia à cidadania angolana já é um fato entre a população de Cabinda, que, segundo eles, já demonstrou sua rejeição ao regime de Luanda, com planos de depositar seus bilhetes de identidade nas urnas durante as eleições de 2027.

Em resposta a essas acusações, o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, minimizou o impacto do comunicado, classificando-o como “fake news” e sugerindo que o governo de Luanda havia orquestrado o documento. Costa Júnior reafirmou o compromisso da UNITA com o processo de paz em Cabinda, embora tenha evitado detalhes sobre o ocorrido em suas jornadas.

No entanto, a FLEC confirmou a autenticidade do comunicado e reforçou sua posição, destacando que a luta pelo reconhecimento da autodeterminação do povo de Cabinda continua sendo a prioridade para a organização. A FLEC também fez questão de frisar que qualquer tentativa de contornar o cessar-fogo e as normas do Direito Internacional seria uma tentativa fútil, uma vez que a população de Cabinda está disposta a continuar lutando pela sua terra e seus direitos.

Em um segundo comunicado, divulgado dois dias depois, a FLEC-FAC criticou duramente o presidente de Angola, João Lourenço, por sua atuação em conflitos regionais, destacando falhas em sua mediação em crises internacionais, como no caso da República Democrática do Congo e da Guiné-Bissau. A FLEC acusou Lourenço de não ser um interlocutor credível para resolver o conflito em Cabinda, uma vez que o governo de Angola continua a negar a existência de uma guerra na província, apesar das evidências de perdas humanas e do prolongado conflito.

Apesar das críticas contundentes ao governo angolano, a FLEC reafirmou seu compromisso com a busca de uma solução pacífica, reiterando que está aberta ao diálogo com as autoridades de Angola, mas que espera sinais concretos de vontade política para a negociação de uma resolução definitiva para o conflito em Cabinda.