Na sua primeira semana como novo líder da Igreja Católica, o Papa Leão XIV reuniu cerca de 5 mil fiéis na Sala Paulo VI, no Vaticano, durante o encerramento do Jubileu das Igrejas Orientais. Com uma mensagem firme e emocionada, o Pontífice alertou para a preservação das tradições cristãs orientais e renovou o seu apelo pela paz mundial.
“Cristo ressuscitou. Verdadeiramente ressuscitou!” – foi com essa saudação pascal tradicional que Leão XIV deu início ao seu discurso, reforçando a esperança que nasce da fé. Ele dirigiu-se especialmente aos cristãos orientais, que descreveu como “irmãos e irmãs preciosos”, cujas tradições litúrgicas e espirituais enriquecem a Igreja como um todo.
O Papa destacou o risco real de se perder esse patrimônio, em grande parte devido à migração forçada de fiéis que fogem da guerra, da perseguição, da pobreza e da instabilidade política. Quando chegam ao Ocidente, muitos enfrentam o desafio de manter viva sua identidade religiosa.
Inspirando-se em papas anteriores como Leão XIII, João Paulo II e Francisco, o Papa Leão XIV reafirmou que as Igrejas Orientais devem ser amadas e respeitadas por sua riqueza espiritual única.
Ele pediu especificamente que os cristãos orientais na diáspora recebam apoio concreto para preservar seus ritos e costumes. O apelo foi dirigido também ao Dicastério para as Igrejas Orientais, para que elabore normas que ajudem as comunidades fora do Oriente a manter vivas suas tradições.
“A Igreja precisa de vocês”, disse o Papa. “O Oriente cristão tem muito a oferecer, sobretudo na forma de viver o mistério e a beleza da fé.”
O ponto mais comovente do discurso de Leão XIV foi o seu apelo direto pela paz. Com voz firme, ele lembrou que a guerra não é inevitável e que é preciso coragem para sentar-se à mesa, conversar e negociar.
“Com o coração na mão, peço aos líderes das nações: encontremo-nos, dialoguemos, negociemos! A guerra não resolve problemas — ela os agrava. O mundo precisa de pontes, não de muros.”
Ele mencionou regiões afetadas por conflitos como a Terra Santa, Ucrânia, Síria, Líbano, Tigré e o Cáucaso, clamando por reconciliação e pelo fim do sofrimento humano.
O Papa reafirmou que a Santa Sé está pronta para mediar diálogos entre inimigos, promover encontros e restaurar a dignidade dos povos. Segundo ele, a verdadeira missão da Igreja é ser porta-voz da esperança e da reconciliação.
“A história lembrará não quem empunhou armas, mas quem semeou a paz.”