O Presidente da Renamo, Ossufo Momade, esclareceu recentemente que a responsabilidade pelo pagamento de pensões aos antigos combatentes não pertence ao partido, mas sim ao Estado moçambicano, através do Governo. A declaração foi feita em resposta às recentes manifestações e tensões internas que têm envolvido membros desmobilizados da formação política.
Durante uma conferência de imprensa realizada nesta quarta-feira, Momade abordou o tema das pensões e reafirmou o compromisso da Renamo em defender a sustentabilidade económica dos seus antigos combatentes. Contudo, foi enfático ao dizer que a função de garantir as pensões recai exclusivamente sobre o Executivo.
Momade aproveitou a ocasião para relembrar que, desde sua posse na liderança do partido, o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) tem sido conduzido com base nas decisões previamente acordadas. “Respeitámos integralmente os compromissos estabelecidos pelo saudoso Presidente Afonso Dhlakama. Não alterámos a equipa nem interferimos nos termos do acordo”, frisou.
O líder da Renamo fez questão de destacar a continuidade institucional do processo, como uma forma de demonstrar seriedade e respeito pelos compromissos assumidos anteriormente.
Ossufo Momade também se mostrou preocupado com a imagem do partido perante a opinião pública. Segundo ele, os recentes episódios envolvendo membros e simpatizantes da Renamo têm prejudicado a reputação histórica do movimento, que desde 1977 tem sido um actor político central em Moçambique.
“Infelizmente, a Renamo tem estado nas manchetes pelos piores motivos. Isso não condiz com a nossa história nem com o nosso papel na construção do país”, lamentou.
Para o presidente da Renamo, os desafios enfrentados no âmbito do DDR ainda não foram plenamente superados. Momade defende que é essencial continuar o diálogo com todos os envolvidos no processo para que se possam alcançar resultados concretos e duradouros.
Ele considerou os últimos conflitos internos uma violação dos princípios democráticos que norteiam o partido. Com isso, expressou a esperança de que a próxima Conferência Nacional da Renamo seja uma oportunidade para reflexão profunda e redefinição de estratégias.
“Esperamos que essa conferência nos permita analisar com seriedade os problemas que enfrentamos e encontrar caminhos que reforcem a nossa identidade como força política relevante e respeitada em Moçambique”, concluiu.