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Congresso da CEAST reabre debate sobre reconciliação e transição política em Angola

by Marcelino Gimbi

O Congresso Nacional de Reconciliação, promovido pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) e agendado para os dias 6 a 9 de novembro, surge como uma nova tentativa de promover o diálogo e o entendimento nacional. No entanto, analistas e observadores apontam que a iniciativa poderá enfrentar obstáculos que comprometem a sua eficácia e o alcance dos seus objetivos.

A proposta da CEAST é vista como um gesto importante num país marcado por décadas de guerra, exclusão política e desigualdades sociais profundas. Ainda assim, a forma como o congresso foi concebido levanta dúvidas sobre a sua capacidade de representar a pluralidade da sociedade angolana.

Fontes críticas sublinham que a composição do encontro reflete um círculo restrito de participantes habituais, deixando de fora vozes das periferias, movimentos juvenis, organizações cívicas independentes e setores políticos fora do poder central. Essa limitação, dizem, retira densidade social e legitimidade institucional ao evento, tornando-o mais simbólico do que efetivo.

Além disso, o caráter disperso dos temas previstos no programa é apontado como outro entrave. Sem uma metodologia clara, há quem tema que o congresso se transforme num espaço de intenções genéricas, sem resultados concretos.

Para vários analistas, o problema de Angola ultrapassa a questão da reconciliação. O que está em causa é uma transição política que permita uma nova distribuição do poder, maior transparência e um sistema de governação mais participativo.
De um lado, há setores da sociedade que defendem uma mudança real, com a saída do MPLA do poder. Do outro, o partido governante mostra resistência, motivada pelo receio de perder o controlo e enfrentar eventuais responsabilizações. Esse clima de desconfiança e medo mútuo, segundo especialistas, é um dos principais bloqueios a qualquer processo de abertura.

O debate sobre a transição não se resume a aspetos legais ou constitucionais, mas envolve também questões psicológicas e institucionais. A criação de mecanismos de confiança, garantias políticas e novas formas de partilha de poder é vista como condição essencial para evitar tensões futuras.
Entre as propostas destacam-se a necessidade de uma nova Constituição, construída de forma participativa e capaz de reduzir o excessivo presidencialismo, bem como a descentralização de competências e recursos.

A sociedade civil, as igrejas, as universidades e os movimentos sociais são chamados a desempenhar um papel ativo neste processo, transformando a reconciliação num instrumento de transição e inclusão política.
Analistas defendem que a CEAST, pela sua autoridade moral, pode atuar como mediadora, desde que o processo seja realmente plural e aberto.

O consenso entre várias vozes é que Angola precisa de um novo pacto político — um acordo que reconheça os erros do passado, promova a participação de novos atores e construa uma base de confiança mútua.
Mais do que um congresso, dizem, o país necessita de um processo sustentável de transformação institucional e democrática.

“O futuro de Angola não se decide em fóruns simbólicos, mas na capacidade de construir instituições sólidas, regras claras e espaços de poder partilhado”, resume um dos especialistas.

Assim, a reconciliação pode ser um ponto de partida — mas só fará sentido se estiver inserida numa transição real, verificável e inclusiva.

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