Luanda — O cidadão Afonso Mendes, antigo colaborador do Serviço de Investigação Criminal (SIC), afirmou ter sido mantido em cárcere privado durante mais de uma semana, alegadamente por ordens do Comissário Rufino Mário Zangui Gunza, atual Diretor Nacional de Combate ao Narcotráfico.
Em entrevista concedida à Rádio Ouvinte, Mendes descreveu ter sido submetido a condições desumanas e privado de liberdade na residência oficial do comissário, localizada no bairro do Benfica, em Luanda. O episódio teria ocorrido após cerca de seis meses de convivência dentro das instalações do SIC-Geral em Cacuaco, onde desempenhava funções informais como “Pessoa de Confiança” do referido dirigente.
O caso, que atualmente corre sob segredo de justiça na Polícia Judiciária Militar, tem causado mal-estar entre efetivos do SIC, com várias fontes internas a confirmarem a versão de Mendes, embora sob anonimato, temendo possíveis represálias hierárquicas.
Segundo informações obtidas pelo portal Club-k.net, um comunicado oficial do SIC, assinado por Manuel Halaiwa, tentou descredibilizar a denúncia, o que gerou surpresa e descrédito dentro da instituição. Fontes internas alegam que o próprio Halaiwa teria apresentado Mendes ao Comissário Rufino, o que lança dúvidas sobre a isenção da posição oficial.
A denúncia de Afonso Mendes reabre o debate sobre abusos de autoridade, violação de direitos humanos e falta de transparência institucional dentro dos órgãos de segurança do Estado. Até ao momento, nem o Ministério do Interior nem a Procuradoria-Geral da República se pronunciaram sobre o caso.
Fonte: Club-k.net

