EUA – O caso judicial envolvendo Donald Trump continua a se arrastar, com um juiz de Nova Iorque adiando a sentença que estava marcada para este mês. Trump enfrenta 34 acusações relacionadas a um alegado caso de suborno, mas, em vez de uma decisão imediata, o juiz Juan M. Merchan estabeleceu um novo calendário para que procuradores e advogados de Trump definam os próximos passos a seguir.
A decisão foi anunciada na última sexta-feira, após a constatação de que a data previamente estabelecida para a leitura da sentença, 26 de novembro, não seria mais viável. O juiz não estabeleceu uma nova data, mas pediu que as duas partes envolvidas apresentassem alegações adicionais nos próximos dias, levando em conta o contexto da tomada de posse de Trump como presidente eleito.
A situação levanta questões complexas sobre as implicações constitucionais de um presidente eleito que enfrente condenações antes de sua posse. As circunstâncias do caso de Trump são únicas, e os advogados do ex-presidente pedem o arquivamento imediato do processo, alegando que a continuação do caso interferiria com suas funções presidenciais. Já os procuradores não concordam com o arquivamento total e sugerem uma possível suspensão do processo, pelo menos até que Trump assuma o cargo, mas sem desistir completamente da acusação.
Alvin Bragg, procurador distrital de Manhattan, afirmou que qualquer solução precisa equilibrar as responsabilidades presidenciais de Trump com a importância de respeitar o veredito do júri, caso o processo avance.
Trump está acusado de ter orquestrado pagamentos de 130.000 dólares à atriz de filmes para adultos Stormy Daniels, durante a campanha presidencial de 2016. Esses pagamentos foram feitos para garantir que Daniels permanecesse em silêncio sobre um alegado encontro sexual com Trump uma década antes. Embora Trump tenha sido condenado em maio por falsificar registros de negócios relacionados a esses pagamentos, ele nega qualquer irregularidade e afirma que não cometeu nenhum crime.
Apesar dos desafios jurídicos, o caso não parece afetar sua campanha para um possível segundo mandato presidencial. O porta-voz de Trump, Steven Cheung, considerou o adiamento da sentença uma “vitória decisiva”, enfatizando que a decisão foi favorável ao ex-presidente.
Agora, o futuro do processo dependerá dos próximos passos das partes envolvidas, com novas alegações previstas para serem apresentadas nas próximas semanas. As questões jurídicas e políticas continuam a se entrelaçar, deixando o cenário em constante evolução, especialmente com a iminente posse de Trump como presidente, caso ele vença as eleições. O desfecho desse caso poderá ter grandes implicações tanto para a imagem de Trump quanto para a maneira como a justiça lida com figuras políticas de alto escalão nos Estados Unidos.