O diplomata Johan Floderus, de 33 anos e nacionalidade sueca, está detido numa prisão do Irão há quase dois anos, acusado de espionagem. O alto-funcionário do serviço de ação externa da União Europeia (UE) poderá ser condenado à morte e a sua irmã falou à euronews sobre os riscos que corre.
A UE considera a detenção ilegal, arbitrária e parte daquilo a que se apelida de “diplomacia dos reféns”, praticada pelo Irão para fazer pressão política sobre o Ocidente. A família do diplomata tentou sensibilizar a opinião pública, num evento em Bruxelas,e falou com a euronews.
“As fotografias do julgamento mostram-me que ele está muito diferente do irmão que conheço. Vejo que não tem a mesma luz nos olhos. Parece muito mais magro, muito pálido, claro, uma vez que quase nunca sai da cela e sei que não come tanto como necessita. Para já para não falar da dor interior de estar ali”, explicou Ingrid Floderus.
“Aagora é acusado de algo pelo qual talvez seja condenado a pena de morte. E está sozinho porque nem sequer termos um embaixador sueco no Irão”, acrescentou.
O detido passou 300 dias em isolamento e agora está numa cela com luz, 24 horas por dia, que o impede de descansar. Durante os primeiros dez meses, não pôde contactar a família.
Ele é um homem inocente e quero realçar que não creio que ninguém acredite que o meu irmão tenha cometido os crimes de que é acusado. Portanto, trata-se de um grande jogo político em que o meu irmão está a ser usado como peão.
Depois de várias greves de fome, o diplomata passou a ter um número muito limitado de chamadas telefónicas. Apenas duas chamadas foram com vídeo e a comunicação tem de ser feita em Inglês e não em Sueco.
“O meu Inglês não é fluente, porque sou sueca, mas temos de falar em Inglês durante essas chamadas, caso contrário… é uma exigência do outro lado. E também sabemos que ele está a ser supervisionado e que eles interrompem a chamada telefónica se for dito algo que eles não querem. Por isso, é difícil para nós saber o que se está realmente a passar e aquilo a que ele talvez esteja forçado a dizer”, disse a irmã do diplomata.
O julgamento por espionagem, praticado alegadamente a favor de Israel, decorreu ao longo dos ultimos dois meses e o diplomata aguarda agora pela sentença.
“Ele é um homem inocente e quero realçar que não creio que ninguém acredite que o meu irmão tenha cometido os crimes de que é acusado. Portanto, trata-se de um grande jogo político em que o meu irmão está a ser usado como peão. Isso é algo que não posso aceitar. E não creio que a Suécia e a União Europeia també não devem aceitar”, concluiu.
No início do julgamento, a Comissão Europeia emitiu um comunicado em que apelou à libertação incondicional do seu funcionário, que considera imocente de todas as acusações.