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Síria: Um novo futuro após a queda de Bashar al-Assad

No dia 8 de dezembro de 2024, o povo sírio comemorou nas ruas a queda do regime de Bashar al-Assad, que dominava o país há 24 anos. Após quase 14 anos de guerra civil devastadora e uma sucessão de divisões internas, a Síria agora enfrenta o desafio monumental de reconstruir sua sociedade e definir seu futuro político. Com a poeira da queda de Assad ainda se assentando, o país começa a traçar o rumo do pós-Assad.

O líder do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), o maior grupo rebelde da Síria, Abu Mohammed al-Golani, fez um apelo significativo aos combatentes: entregarem suas armas e voltarem às suas bases para evitar o caos. Ele afirmou que o foco agora deveria ser a reconstrução do Estado, com a garantia de que a segurança pública e as instituições sociais não seriam interrompidas. Ele também nomeou Mohammed Ghazi al-Jalali, o ex-primeiro-ministro de Assad, para supervisionar a transição administrativa e garantir a continuidade dos serviços básicos.

Al-Jalali, que foi capturado e escoltado pelos rebeldes, manifestou sua intenção de colaborar com os insurgentes e afirmou que seu objetivo seria assegurar a paz e a estabilidade durante o período de transição. Ele também pediu por eleições livres e justas, que permitissem ao povo sírio recuperar o controle sobre seu futuro político.

No primeiro dia após a queda do regime, os rebeldes impuseram um recolher obrigatório de 13 horas em Damasco. A capital, normalmente movimentada, foi encontrada deserta, com lojas fechadas e ruas vazias, como parte da tentativa dos rebeldes de consolidar seu controle sobre a cidade e as principais instituições. Esse movimento foi seguido de perto pelos cidadãos de Damasco, que acataram a ordem de maneira pacífica.

Enquanto a Síria atravessa um momento de instabilidade, o exército israelita avançou para a zona tampão nas colinas de Golã, uma área estratégica disputada entre Israel e Síria. Com a queda do governo sírio, Israel tomou medidas para garantir a segurança em áreas sob seu controle, uma situação que gerou tensões e condenações da Liga Árabe.

A ofensiva rebelde, que teve início em 27 de novembro de 2024, foi um golpe devastador para o regime de Assad. Em apenas 12 dias, os insurgentes conseguiram capturar cidades chave, como Alepo e Homs, e avançaram rapidamente em direção à capital. Assad, sem o apoio decisivo de seus aliados tradicionais, como a Rússia e o Irão, foi forçado a fugir de Damasco, com relatos indicando que ele teria partido para Moscovo, onde recebeu asilo.

A queda de Assad se deu em um momento de fragilidade internacional para o regime. A Rússia, envolvida em sua própria guerra na Ucrânia, não conseguiu oferecer o mesmo suporte militar que havia fornecido anteriormente. O Irão também estava sobrecarregado com outros conflitos regionais, particularmente com a intensificação das tensões com Israel e os ataques do Hamas. Com seus principais aliados enfraquecidos, o regime sírio não teve forças suficientes para resistir à ofensiva rebelde.

A guerra civil síria, que começou em 2011 como um movimento contra a tirania de Assad, deixou o país em ruínas. Mais de 14 milhões de pessoas foram deslocadas, e a Síria se tornou a maior crise de refugiados do mundo. A população vive majoritariamente em condições de extrema pobreza, com 90% abaixo da linha da pobreza e 70% dependendo de ajuda humanitária. O futuro da Síria depende agora de como o país poderá se reerguer das cinzas dessa longa e devastadora guerra.

À medida que o país tenta se reconstruir e as divisões internas começam a ser superadas, o povo sírio olha para o futuro com esperança, mas também com o peso de uma história marcada por um conflito sem fim. A reconstrução será difícil, mas a queda de Assad oferece a possibilidade de uma nova era para a Síria.