O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou-se de forma contundente nesta terça-feira, ao condenar publicamente Israel e o Irão por alegadas violações a um cessar-fogo que teria sido acordado entre os dois países. Em declarações aos jornalistas na Casa Branca, Trump usou linguagem ofensiva para expressar a sua frustração com os novos confrontos, que surgiram poucas horas depois do anúncio da trégua.
“Temos dois países que lutam há tanto tempo e com tanta intensidade que já nem sabem o que raio estão a fazer”, disse o presidente, visivelmente irritado, referindo-se aos bombardeamentos que ocorreram após a declaração do cessar-fogo.
Pouco antes, Trump tinha anunciado nas redes sociais que o Irão e Israel tinham concordado em suspender as hostilidades, apelando: “Por favor, não o violem!” A proposta teria sido inicialmente bem recebida por ambos os lados. Israel confirmou o acordo e Teerão afirmou que suspenderia os ataques caso Telavive também o fizesse.
Contudo, apenas duas horas após o anúncio, as Forças de Defesa de Israel reportaram o lançamento de mísseis iranianos. O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou de imediato a retaliação, classificando o incidente como uma violação clara do pacto.
Por sua vez, o Irão negou que tivesse disparado mísseis após o início da trégua, alegando que os seus ataques ocorreram “nos momentos finais antes da entrada em vigor do cessar-fogo” e que tiveram como alvo estruturas militares em território israelita.
Trump voltou a comentar o episódio através da sua plataforma Truth Social, onde declarou: “Tanto Israel como o Irão queriam parar a guerra! Foi uma grande honra destruir todas as instalações e capacidades nucleares e, em seguida, PARAR A GUERRA!”
Essa referência diz respeito aos bombardeamentos norte-americanos de domingo passado, que visaram instalações nucleares iranianas. Embora Trump tenha afirmado que essas estruturas foram “obliteradas”, imagens de satélite sugerem danos significativos, mas não a destruição total das instalações de Fordow, Natanz e Isfahan. A Agência Internacional de Energia Atómica indicou que os danos ainda estão a ser avaliados.
Em paralelo aos acontecimentos no terreno, o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o mais avançado da frota norte-americana, partiu da Virgínia rumo ao Mar Mediterrâneo, no âmbito de uma missão previamente agendada. A deslocação poderá posicionar o grupo naval mais perto da região do conflito. Segundo o comando militar, o destacamento permite flexibilidade para responder rapidamente a qualquer escalada.
A bordo do navio seguem cerca de 4.500 militares, que deixaram a base naval de Norfolk esta manhã.
O futuro do cessar-fogo permanece incerto, com ambas as partes envolvidas a trocar acusações e promessas de represália, enquanto os Estados Unidos mantêm uma presença estratégica na região.
