Luanda, 31 de Outubro de 2025 — Angola exportou cerca de 8,18 milhões de quilates de diamantes brutos no primeiro semestre deste ano, correspondendo a receitas aproximadas de 790,43 milhões de dólares, segundo dados divulgados pelo secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Correa Victor.
Durante a apresentação do outlook do sector diamantífero, em Luanda, o governante explicou que o preço médio por quilate foi de 96,7 dólares e que os Emirados Árabes Unidos, Bélgica e Hong Kong se mantiveram como os principais destinos das exportações, absorvendo mais de 90% das vendas.
Apesar de o volume exportado ter registado um aumento de 108,9% em relação ao mesmo período de 2024, o valor total das exportações caiu 14%, refletindo a desvalorização no mercado internacional.
Segundo o responsável, a produção nacional atingiu 6,8 milhões de quilates no primeiro semestre, representando uma subida de 23,2% face a igual período do ano anterior. “Este desempenho reflete a estabilidade operacional das principais unidades mineiras, como a Sociedade Mineira do Catoca e a do Luele”, sublinhou Jânio Correa Victor, destacando o compromisso do Executivo em promover “um sector moderno e sustentável”.
Entre janeiro e setembro, a produção acumulada chegou a 10,7 milhões de quilates, o que representa 72,3% da meta anual de 14,8 milhões fixada no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN)
O secretário de Estado alertou que o mercado global dos diamantes atravessa uma fase crítica, marcada pela concorrência crescente dos diamantes sintéticos, que já representam 84% das vendas nos Estados Unidos em 2025. A popularização dessas pedras artificiais provocou uma queda entre 90% e 95% nos preços em comparação com 2015.
A situação agravou-se com o acúmulo de stocks de diamantes lapidados, o baixo consumo de joias nos EUA — devido à incerteza económica — e a estagnação do mercado chinês. Além disso, as tarifas de importação sobre a joalharia indiana têm pressionado ainda mais o sector.
“Apesar deste contexto global desfavorável, Angola continua a afirmar-se como uma fonte confiável de diamantes brutos de qualidade gema, reforçando a sua posição estratégica no mercado mundial”, afirmou o governante.
Jânio Correa Victor concluiu que, mesmo perante a conjuntura internacional, o sector diamantífero angolano mantém-se sólido e essencial para a economia nacional, destacando o potencial de crescimento sustentado no médio prazo.

