O bloqueio foi ordenado por um Magistrado Judicial do Tribunal Criminal sem o seu consentimento, o que tem gerado grande desconforto e tristeza entre os membros da família. Eles descrevem este momento como uma verdadeira amargura, uma vez que consideram que o processo está repleto de vícios e irregularidades. Diante disso, apelam à intervenção da Direção Nacional de Investigação e Apreensão de Bens (DNIAP) para que suas contas sejam desbloqueadas.
By: MBUNTA NTU
A família questiona como é que o Magistrado Judicial obteve as coordenadas bancárias dos herdeiros e por que razão foi dado início ao bloqueio das contas. O fato mais curioso, segundo eles, é que, mesmo com as contas bloqueadas, os herdeiros descobriram que suas contas foram movimentadas sem seu consentimento, com transações feitas nos aplicativos bancários dos seus smartphones em janeiro e fevereiro de 2024. As transações somaram um total de AKZ 74.935.043,00 (setenta e quatro milhões, novecentos e trinta e cinco mil e quarenta e três kwanzas), sendo direcionadas para a conta de um advogado estagiário.
Até omomento, a família não sabe se as movimentações foram autorizadas pelo Magistrado Judicial, e permanece com dúvidas sobre a possível existência de outras ilegalidades que possam ter dado origem a esses movimentos bancários fraudulentos.
Além das questões financeiras, a família está a enfrentar ameaças de morte, o que tem gerado grande insegurança e medo pela sua integridade física, principalmente em decorrência do processo em andamento. “A situação económica tornou-se insustentável, estamos sem recursos financeiros, a nossa sobrevivência está comprometida. Estamos a viver momentos de extrema dificuldade, devido à ganância que parece dominar este processo”, disseram, com lágrimas nos olhos.
Devido à difícil situação económica do país, a família passa por grandes dificuldades, incluindo fome, problemas de saúde, o pagamento de mensalidades escolares e o custo da habitação. Nesse cenário de sofrimento, apelam à DNIAP para o desbloqueio das suas contas, pois consideram que o processo é “claro e transparente”, conforme declarou Edgar Futa Luamba.
A família solicita ainda que as autoridades competentes investiguem o processo criminal n.º 9 265/23-A/TPLDA, oriundo da 17ª Secção da Sala dos Crimes Comuns do Tribunal de Comarca de Viana, a fim de esclarecer as irregularidades apontadas e restabelecer seus direitos.