Angola dá adeus ao VTB África. O banco de origem russa foi oficialmente retirado do sistema financeiro angolano, após anos de dificuldades em cumprir os requisitos mínimos de capital estabelecidos pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
A confirmação foi feita pelo governador do BNA, Manuel Tiago Dias, durante a 123.ª Reunião Ordinária do Comité de Política Monetária, realizada esta quarta-feira, 21 de maio, em Luanda. Segundo o responsável, a decisão partiu dos próprios acionistas do banco, que reunidos em assembleia geral, optaram pela sua extinção.
O VTB África já vinha enfrentando sérias dificuldades desde 2022, especialmente no que diz respeito à capitalização. De acordo com as normas do regulador bancário angolano, os bancos comerciais devem manter um capital mínimo de 15 mil milhões de kwanzas — um patamar que o VTB nunca conseguiu atingir nos últimos anos.
A falta de capacidade para se adequar às exigências levou à inevitável saída da instituição financeira do mercado angolano.
Além do anúncio sobre o VTB África, o BNA aproveitou a reunião para comunicar novas diretrizes da política monetária. Entre as principais medidas estão:
- Taxa básica de juro fixada em 19,5%;
- Taxa de cedência de liquidez em 20,5%;
- Taxa de absorção de liquidez reduzida para 17,5%.
Outro ponto de destaque foi a redução do coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional, que passou de 20% para 19%. Essa alteração visa aliviar a pressão sobre os bancos e estimular o crédito, mesmo em meio a um cenário internacional instável.
De acordo com o governador do BNA, essas decisões refletem as incertezas do panorama econômico global, que podem afetar negativamente a economia nacional. Apesar disso, Tiago Dias destacou que Angola mantém uma trajetória de desaceleração da inflação — um sinal de que as políticas macroeconômicas estão surtindo efeito.
Com a saída do VTB África, fecha-se mais um capítulo na história recente do sistema bancário angolano. O episódio serve como lembrete da importância de solidez financeira e adaptação às normas regulatórias em um ambiente econômico cada vez mais desafiador.
