A tradição das medalhas remonta a séculos, simbolizando o reconhecimento do esforço e da contribuição de indivíduos ou grupos. Um dos marcos mais emblemáticos desse símbolo ocorreu em 1896, nos Jogos Olímpicos de Atenas, onde as medalhas se tornaram um tributo à dedicação e ao desempenho. Desde então, as medalhas são sinônimo de conquista e honra, mas há algo mais profundo e valioso que não pode ser medido apenas com um prêmio: o reconhecimento genuíno do povo.
Para Angola, um dos maiores marcos de sua história é, sem dúvida, a independência. Foi com a conquista da autodeterminação que nasceu a Angola moderna, forjada por um longo processo de luta e resistência. Essa vitória não é fruto de uma única pessoa ou momento isolado, mas sim de um processo coletivo que envolveu a conscientização, a organização e a resistência do povo angolano. Nomes como Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Savimbi se destacam como figuras centrais nesse movimento. Independentemente de qualquer opinião pessoal sobre suas figuras, é inegável que eles são considerados, por muitos, os Pais da Independência de Angola.
Hoje, mais do que nunca, é crucial que se lance as bases para uma verdadeira reconciliação nacional. Para isso, é essencial respeitar a história, buscando sempre a verdade sem manipulações ou subterfúgios. Não se trata de buscar medalhas ou títulos, pois muitas vezes aqueles que mais buscam essas honrarias acabam se perdendo em um jogo de vaidade. O que realmente importa é a integridade histórica, pois sem ela, a história pode ser facilmente distorcida e manipulada.
No entanto, é importante reconhecer que a maior medalha já foi concedida: o reconhecimento do povo angolano. Este povo, soberano e legítimo, continua a prestar tributo a Jonas Savimbi, reconhecendo-o como um dos pioneiros do nacionalismo e um pilar fundamental para a democracia em Angola. Mas, ao olharmos para as dificuldades imensas que afetam a grande maioria dos angolanos, quem realmente merece a “Medalha da Sobrevivência” são as pessoas que resistem, que enfrentam os desafios diários e que, apesar das adversidades, continuam firmes.
Como um velho sábio da minha aldeia costumava dizer: “sempre que o leão não tiver o seu historiador, será o caçador a contar a sua versão de vencedor.” Que a história de Angola, com todas as suas complexidades e vitórias, seja contada de forma justa, reconhecendo a luta de todos os que, com coragem e determinação, ajudaram a moldar a nação que hoje temos.