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O que está em jogo nas Eleições Alemãs?

Neste domingo, os eleitores alemães vão às urnas em uma eleição que promete ser decisiva para o futuro do país. A migração e a economia são os temas dominantes na campanha eleitoral, com um cenário de intensa disputa entre as forças políticas. A União CDU/CSU, sob a liderança de Friedrich Merz, está à frente nas pesquisas e promete uma mudança de rumo na política do país.

A campanha foi curta, mas marcada por um apelo claro à mudança. Merz, candidato da União conservadora, deixou claro que o objetivo era implementar uma política de centro-direita na Alemanha. Em suas palavras, a política de esquerda dos últimos três anos, conduzida por uma coalizão entre o SPD (Partido Social Democrata), Os Verdes e os Liberais (FDP), não pode continuar. Em 2024, essa coalizão se desfez após disputas sobre o orçamento, o que levou à convocação de eleições antecipadas.

O SPD e os Liberais enfrentam um momento difícil, com o FDP correndo o risco de ficar fora do parlamento. Se o SPD não conseguir ultrapassar 20% dos votos, será o pior resultado da sua história pós-guerra. O chanceler Olaf Scholz, caso não consiga reeleição, será o primeiro chefe de governo da Alemanha a não ser reeleito em mais de 50 anos.

Por outro lado, a União CDU/CSU lidera nas pesquisas e está se preparando para um possível retorno ao poder. A grande surpresa, porém, é o crescimento da AfD (Alternativa para Alemanha), um partido de extrema-direita que alcançou 20% das intenções de voto, um aumento significativo em relação às eleições de 2021.

Friedrich Merz não perde a oportunidade de atacar a atual gestão, acusando o governo de Scholz de levar a economia alemã à falência. A crise econômica, exacerbada pela inflação e pela crise energética após a invasão russa na Ucrânia, tem sido um dos principais focos da campanha eleitoral. Merz criticou duramente a gestão do governo, dizendo que a Alemanha enfrenta a pior recessão da sua história desde a Segunda Guerra Mundial.

Scholz, por sua vez, se defende, apontando que a crise não é culpa de seu governo, mas das circunstâncias globais, como a guerra na Ucrânia e as dificuldades econômicas decorrentes dela. Apesar de sua defesa, o chanceler tem enfrentado críticas sobre a forma como lidou com esses desafios.

Se a economia já era um tema de destaque, a migração ganhou força na campanha eleitoral após um trágico incidente: o assassinato de um cidadão alemão por um requerente de asilo afegão em Aschaffenburg. Esse evento acendeu um debate acirrado sobre a política de imigração do país. Merz e a União CDU/CSU anunciaram sua intenção de buscar uma restrição na política de asilo no Bundestag, com o apoio até mesmo da AfD, partido de extrema-direita.

Esse movimento gerou manifestações contra uma possível guinada à direita, e o chanceler Scholz reagiu com veemência, afirmando que a colaboração com a extrema-direita seria inaceitável. A União CDU/CSU, por sua vez, garantiu que não formaria qualquer coligação com a AfD, excluindo totalmente essa possibilidade.

Após as eleições, a formação de uma coligação será um dos maiores desafios. A União CDU/CSU não poderá governar sozinha e precisará de pelo menos um parceiro para formar uma maioria parlamentar. O FDP, que corre o risco de não conseguir ultrapassar o limite de 5% para entrar no parlamento, será crucial para a composição do governo. Caso o FDP se mantenha fora do Bundestag, uma coligação entre a União e Os Verdes ou a União e o SPD pode ser viável.

A AfD, por sua vez, continuará isolada, mas suas posições políticas podem influenciar as discussões pós-eleitorais. A crítica principal da AfD é que qualquer coligação que não envolva uma mudança significativa no rumo político atual será insuficiente.

As eleições alemãs deste domingo são fundamentais não só para o futuro político do país, mas também para o seu papel no cenário europeu e mundial. A migração, a economia e as alianças políticas pós-eleitorais serão determinantes para o rumo da Alemanha nos próximos anos. Enquanto alguns clamam por uma mudança radical, outros buscam estabilidade e a continuidade das políticas sociais. O resultado das urnas definirá o próximo capítulo da história política alemã e poderá trazer profundas transformações para a nação.