A Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) realizou nesta segunda-feira, em Maputo, a 34ª Reunião Nacional de Gestores e Quadros, evento que marca a maior e mais antiga seguradora do país. O objetivo do encontro foi fazer o balanço das atividades desenvolvidas no ano passado, avaliar o plano de negócios 23/26, discutir a recuperação pós-conflito eleitoral, entre outras matérias.
By: Arson Armindo
Na ocasião, o PCA da EMOSE, Janfar Abdulai, informou à imprensa que os prejuízos causados pelas manifestações pós-eleitorais não são cobertos pelas apólices de seguro, apesar das “solicitações” recebidas.
“Importa referir que, à luz da apólice, as manifestações causadas por eventos políticos não são cobertas. O contexto atual do setor de seguros em Moçambique exige uma postura pró-ativa, informada e estrategicamente ajustada à dinâmica do mercado”, afirmou Janfar Abdulai.
Durante um encontro na cidade de Maputo, no sul de Moçambique, o responsável pela seguradora estatal explicou: “O ano que passou nos colocou à prova, com desafios complexos impulsionados por fatores sociopolíticos e econômicos. No entanto, soubemos responder com rigor e competência, garantindo a continuidade das operações e fortalecendo a confiança dos nossos clientes e parceiros.”
“O setor de seguros está em constante transformação. A concorrência intensifica-se, as exigências regulatórias tornam-se mais rigorosas e os riscos assumem novas configurações. Diante desta realidade, não podemos somente reagir. Devemos antecipar, planejar com precisão e executar com eficiência”, ressaltou.
No ano passado, o Instituto de Supervisão de Seguros (ISSM) impôs uma multa de 10 milhões de meticais à EMOSE devido a deficiências no cumprimento das normas de prevenção ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
Segundo o ISSM, a EMOSE cometeu diversas infrações ao abrigo da Lei de Controlo, resultando em penalizações de 2 milhões de meticais por cada irregularidade identificada. A legislação exige que as instituições financeiras e entidades não financeiras cumpram rigorosamente as suas obrigações em relação aos clientes, sejam eles antigos ou novos.
Em 2023, a seguradora obteve um lucro líquido de 43,4 milhões de meticais, resultado que contribuiu para consolidar sua robustez financeira, com uma taxa de cobertura da margem de solvência de 756,27%.
“A rentabilidade dos capitais próprios, assim como do ativo, melhorou significativamente, saindo de uma negatividade de 0,90% para um positivo de 4,4% e de -0,28% para +1,43%, respectivamente, quando comparado com o período homólogo”, destacou o organismo.
O Estado detém uma participação de 31% diretamente no capital social da seguradora e, através do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), outra de 39%. Entre outros pequenos acionistas, destaca-se a Cooperativa dos Gestores Técnicos e Trabalhadores da EMOSE, com uma quota de 20%.
O mercado de seguros de Moçambique conta com cerca de 20 empresas autorizadas e é liderado pela EMOSE há mais de 40 anos, criada dois anos após a independência nacional, por meio da nacionalização e fusão das seguradoras Lusitânia, Tranquilidade de Moçambique e Nauticus.