Kamalata Numa, uma importante figura política angolana, criticou duramente o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), acusando-o de sabotar os acordos históricos que estabeleceram o país após a independência e de persistir em práticas que impedem o desenvolvimento de Angola. Em seu artigo, Numa relembra que o MPLA, ao assinar os Acordos de Alvor, se comprometeu a respeitar a composição política do país, mas, desde 1975, tem violado esses acordos, causando a guerra civil e comprometendo a estabilidade de Angola até 2002.
Segundo Numa, o MPLA sabotou a Lei Fundamental que deveria estar em vigor até a promulgação da Constituição, ignorando acordos internacionais e a legitimidade da UNITA como uma das principais forças políticas. Ele ressalta que a violação dos Acordos de Alvor pelo MPLA provocou a guerra civil, com a UNITA buscando, legalmente, justiça para restaurar o acordo violado.
Além disso, Kamalata Numa faz uma crítica contundente ao MPLA, dizendo que o partido não reconhece a diversidade de nações e culturas que compõem Angola, insistindo em um discurso de “um só povo e uma só nação”. Para Numa, essa visão é um obstáculo para a unidade real do país. Ele também aponta que o MPLA, com sua gestão política autoritária e corrupta, tem liderado Angola ao caos, ignorando as necessidades do povo.
A crítica de Numa inclui uma comparação do MPLA com o “Projecto do Muangay” da UNITA, que, segundo ele, representa uma proposta mais alinhada com os ideais de liberdade, democracia e soberania para Angola. O “Projecto do Muangay” inclui princípios como a independência total, democracia multipartidária, soberania popular, igualdade entre os angolanos e um desenvolvimento econômico que priorize o campo, em vez de se concentrar apenas nas cidades.
Para Numa, o MPLA não possui a visão estratégica necessária para governar um país de tamanha diversidade e complexidade como Angola. Ele afirma que o partido desenvolveu uma ideologia autocrática, associando-se ao chavismo e ao capitalismo selvagem, sem nunca buscar reconciliar verdadeiramente o país e o seu povo.
Ao concluir, Numa afirma que o MPLA, com sua atual liderança, está no fim de sua trajetória política e que não possui a perspectiva necessária para garantir um futuro próspero para Angola. Ele termina seu artigo com uma crítica irônica ao partido: “MPLA, obrigado pela forma como te conduzes!”