Em uma decisão inesperada, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta terça-feira a demissão do ministro da Defesa, Yoav Gallant. A relação entre os dois líderes vinha sendo marcada por desentendimentos constantes ao longo da guerra contra o Hamas, que já dura dois anos.
Durante o conflito, Gallant adotou uma postura mais pragmática, defendendo que o uso da força militar havia criado condições para um acordo diplomático, o que poderia facilitar a libertação de reféns nas mãos do Hamas. Já Netanyahu continuou a pressionar por uma abordagem militar mais incisiva, sem demonstrar interesse em negociações diplomáticas imediatas.
Apesar das tensões, Netanyahu relutava em demitir Gallant até agora. Em março de 2023, uma tentativa anterior de afastar o ministro resultou em protestos significativos em Israel, motivados pela insatisfação popular com a gestão das consequências do ataque do Hamas e com a condução das negociações para o retorno dos reféns.
Após sua demissão, Yoav Gallant declarou que “a segurança do Estado de Israel sempre foi, e continuará a ser, a missão da minha vida.” Ex-oficial das Forças de Defesa de Israel e ex-membro das unidades navais, Gallant já se posicionava como um crítico das reformas judiciais propostas pelo governo de Netanyahu, o que também o colocou em conflito com outras figuras do gabinete, como o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir.
A decisão de Netanyahu de afastar Gallant ocorre em um momento delicado para a segurança nacional, e gera mais incertezas sobre a direção do governo em relação à guerra em Gaza. À medida que as tensões aumentam, o futuro político de Israel pode estar prestes a enfrentar novos desafios.