No dia 20 de outubro de 2024, a situação entre Israel e o Hezbollah se intensificou significativamente, com forças armadas israelenses realizando ataques aéreos contra o Líbano.
O principal alvo dos bombardeios foi o sistema bancário do grupo militante Hezbollah, especialmente a instituição financeira al-Qard al-Hassan, usada por milhares de cidadãos libaneses. Segundo um alto funcionário da inteligência israelense, esse sistema é uma ferramenta fundamental para o financiamento das operações do Hezbollah, que, por sua vez, recebe suporte financeiro do Irã.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) emitiram ordens de evacuação para 24 áreas no Líbano, sendo 14 delas na capital Beirute. Segundo o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, os ataques seriam constantes durante a noite, com o objetivo de desmantelar a infraestrutura financeira e revelar como o Hezbollah utiliza organizações civis e ONGs para encobrir suas atividades. O al-Qard al-Hassan, sancionado pelos EUA e Arábia Saudita, é uma instituição sem fins lucrativos que opera com serviços financeiros em numerário e atende centenas de milhares de libaneses comuns. Após o ataque, a instituição emitiu um comunicado, garantindo que as medidas necessárias haviam sido tomadas para proteger os fundos de seus clientes, acusando Israel de estar em estado de “falência”.
Com a intensificação dos bombardeios, explosões foram ouvidas em várias partes de Beirute, gerando pânico entre os moradores. Muitos fugiram às pressas, causando congestionamentos nas principais vias da cidade. O cenário de fumaça e chamas era visível nos subúrbios ao sul de Beirute, aumentando o clima de tensão e incerteza.
O ataque ocorreu um dia após o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ter criticado o elevado número de vítimas civis no Líbano, com mais de 1.700 mortos nas últimas semanas, incluindo mulheres e crianças. Enquanto o conflito se agravava, o exército libanês manteve uma postura neutra, sendo incapaz de se opor ao Hezbollah, que conta com o forte apoio do Irã.
Esse confronto é o resultado de meses de tensões crescentes entre Israel e o Hezbollah, intensificadas pela guerra em Gaza e disparos frequentes de mísseis transfronteiriços. Israel, por sua vez, lançou uma operação terrestre direcionada ao Líbano, com cerca de 15.000 soldados dentro do território libanês desde setembro.
No domingo, o Hezbollah retaliou disparando mais de 170 foguetes em direção a Israel, resultando em ferimentos leves em três pessoas. O exército israelense afirmou que continuará a tomar medidas decisivas contra o Hezbollah e outras instituições que oferecem suporte ao grupo, reforçando a gravidade da situação no Oriente Médio.
O conflito entre Israel e o Hezbollah não mostra sinais de diminuição, e os ataques às infraestruturas financeiras do grupo militante podem ser um divisor de águas na guerra que se desenrola. A região permanece em alerta máximo, com o risco de mais vítimas e maiores deslocamentos civis.