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Universidade do Porto cancela receção aos calouros em meio aos nncêndios: respeito e saúde em primeiro lugar

Porto – Devido à situação alarmante dos incêndios que assolam diversas regiões do país, a Universidade do Porto decidiu cancelar a receção aos novos estudantes, que estava programada para quarta-feira. O anúncio foi feito na terça-feira, destacando duas razões principais para essa decisão: respeito às vítimas dos incêndios e preocupações com a saúde pública.

O reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira, explicou que a decisão de cancelar este importante evento para a comunidade acadêmica foi tomada com base em um duplo propósito. Em primeiro lugar, o cancelamento reflete a solidariedade da instituição para com as pessoas afetadas pelos incêndios, que têm causado devastação em várias partes do país, do litoral ao interior. Além disso, a cidade do Porto tem sido coberta por uma densa camada de fumaça e fagulhas, tornando o ambiente perigoso para a saúde pública, justificando a necessidade de evitar a realização de eventos ao ar livre.

A sessão de boas-vindas aos novos estudantes estava planejada para acontecer no Jardim da Cordoaria, próximo à Reitoria da Universidade. Contudo, com as preocupações sobre o impacto dos incêndios, a prioridade passou a ser a segurança e o bem-estar dos alunos e da comunidade.

Os incêndios florestais que atingem o norte e o centro de Portugal desde domingo já causaram a morte de pelo menos sete pessoas e deixaram outras 40 feridas, duas em estado grave. As chamas devastaram áreas consideráveis, incluindo localidades como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, no distrito de Aveiro. Além das perdas humanas, várias casas foram destruídas, e importantes vias de transporte, como as autoestradas A1, A25 e A13, precisaram ser cortadas.

Tragicamente, três bombeiros perderam a vida em um acidente enquanto se dirigiam para combater um incêndio em Tábua, no distrito de Coimbra. A Proteção Civil estima que os incêndios já consumiram cerca de 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.

Diante dessa grave situação, o Governo prolongou até quinta-feira o estado de alerta, considerando o alto risco de novos incêndios devido às condições meteorológicas. Além disso, foi formada uma equipe multidisciplinar, coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, para lidar com os danos causados pelos incêndios. A primeira reunião dessa equipe ocorreu em Aveiro na terça-feira.

O cancelamento da receção aos novos estudantes, embora seja uma medida lamentável, reflete o compromisso da Universidade do Porto com a responsabilidade social e a saúde pública, demonstrando sensibilidade em um momento tão delicado para o país. A segurança e o respeito às vítimas são, sem dúvida, a prioridade no cenário atual.