Em mais um episódio de repressão a manifestações pacíficas, o professor angolano Bernardo Diavava, juntamente com cinco estudantes, foi detido enquanto tentava realizar uma oração pública em favor da educação no país. O grupo foi preso na 43ª Esquadra de Viana, nos prédios da vila, antes de iniciar o ato simbólico.
O movimento, liderado por Diavava, tinha como objetivo realizar uma hora de oração pela melhoria da educação pública em Angola. Francisco Teixeira, líder do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), relatou que a prisão ocorreu quando os manifestantes se preparavam para o evento. “O coronel Bernardo e mais cinco membros do movimento foram detidos enquanto se preparavam para orar pela educação pública”, denunciou Teixeira ao jornal *O Decreto*.
Esta não é a primeira vez que o professor Bernardo Diavava enfrenta problemas com as autoridades. Em novembro de 2022, ele foi preso após organizar uma manifestação estudantil em Luanda para protestar contra a falta de carteiras escolares. Na época, além de ser detido, Diavava foi suspenso temporariamente de suas funções como professor, sob acusações de danos materiais, incluindo a destruição de carteiras na escola onde lecionava.
Agora, Diavava está novamente sob custódia, desta vez por tentar orar pela causa da educação, o que levanta questões sobre a liberdade de expressão e a repressão a atos pacíficos no país.
Tentativas de contato com Nestor Goubel, porta-voz da Polícia Nacional em Luanda, para mais esclarecimentos sobre o caso, não obtiveram resposta até o momento.
Este incidente reflete a contínua luta pela educação em Angola e os desafios enfrentados por ativistas e professores que ousam questionar o estado das condições educacionais. A prisão de um professor e de estudantes por tentarem realizar uma oração pública é um sinal preocupante da falta de espaço para diálogos construtivos sobre questões fundamentais, como o direito à educação de qualidade.