O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa vai decidir hoje se o processo BES Angola será levado a julgamento. Neste processo-crime, que se arrasta há cerca de 14 anos, o oligarca angolano Álvaro Sobrinho, antigo administrador do BES Angola, está entre os principais envolvidos e será ouvido logo às 10 horas da manhã, seguindo-se o debate instrutório para decidir o destino do caso.
Álvaro Sobrinho enfrenta 20 acusações, incluindo sete de branqueamento de capitais e 13 de abuso de confiança agravado, cinco destes em coautoria. Segundo a procuradora Rita Madeira e o juiz Carlos Alexandre, os crimes remontam a um esquema montado desde 2006, que visava manter o financiamento do BES Angola à área imobiliária da Escom, envolvendo também figuras como Ricardo Salgado e Hélder Bataglia. O montante supostamente apropriado por Sobrinho do BES Angola atinge 399 milhões de euros.
Em 2023, a defesa de Sobrinho alegou que ele estava a ser investigado pelos mesmos factos em Portugal, Angola e Suíça, com os processos nestes últimos dois países já arquivados por falta de indícios de atividade criminosa.
Álvaro Sobrinho, que possui uma longa trajetória no setor bancário, começou a sua carreira no BESCL em 1990 e destacou-se ao assumir a presidência do BES Angola em 2001. Sob a sua gestão, o banco financiou massivamente projetos da Escom e empresas associadas.