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Intermediários de imóveis em Luanda – Profissionais ou “Micheiros”?

Com o crescimento exponencial da população, a procura de uma residência em Luanda tem sido um grande desafio para muitos, alguns procuram para alugar ou comprar e outros para vender ou arrendar. Destes, existe uma distância em que o intermédio consegue encurtar. Desta relação muito tem sido questionado a eficácia dos mesmos no negócio, credibilidade e a sua importância.

A questão que fazemos é: os intermediários de imóveis em Luanda – profissionais ou Micheiros?

Segundo pesquisa, para ser um corretor ou intermédio, é preciso estudar, ter formação específica e um registo. Bem diferente do passado, quando lhe bastava ser um bom vendedor, hoje ele precisa entender de todos os aspectos da gestão imobiliária: conhecer as variadas formas de financiamento habitacional, estar atualizado com as mudanças na legislação, ter amplo domínio do mercado e de sua evolução.

O corretor é um profissional pronto para compreender as suas necessidades. Cada vez mais qualificado, ele vai usar seus conhecimentos para orientá-lo, fornecer com clareza informações precisas e alertá-lo sobre qualquer possível risco, tornando a negociação mais segura. A imobiliária e/ou o corretor têm a responsabilidade de pesquisar e apresentar o imóvel aos interessados, facilitando o nem sempre simples encontro da moradia ideal. Eles também têm a obrigação de assessorar as partes em toda transação imobiliária até o seu desfecho.

Fomos atrás de alguns relatos de pessoas que já buscaram pelos serviços de intermediários na cidade de Luanda. Optimista, Sr. Lisboa, morador da centralidade do Kilamba, disse que Já teve uma experiência com um intermediário de imóvel, quando procurava uma residência para alugar. O mesmo diz ser “uma vantagem” para quem deseja procurar uma casa.

Sendo, muitas vezes, os que buscam por um imóvel, reencaminhados a um intermediário da vizinhança ou de um conhecido, por estes reconhecerem este trabalho como fonte de rendimento, trabalho para eles onde buscam o pão de cada dia, há vezes que o negócio não corre como se esperava. Senhora Ana, citadina de Luanda, disse que já viu casos de pessoas que tiveram problemas com intermediários de imóveis e que muitos acabaram por ser presos.

Quem são então os intermediários de Luanda?

Os intermediários em Luanda são profissionais ou entidades que actuam como facilitadores em diversos tipos de negócios, como imobiliário e serviços. Eles desempenham um papel significativo na economia local, especialmente no mercado de imóveis. A presença de intermediários em negócios é uma realidade comum em Angola, e estima-se que cerca de 75% dos negócios no país envolvam intermediários, com uma concentração particular na capital.

Em Luanda, o negócio de intermediação de imóveis é uma atividade que tem crescido significativamente, embora ainda seja considerada informal. Não há um único domínio ou monopólio neste setor, mas sim uma variedade de intermediários individuais e empresas que operam no mercado. Estes intermediários, muitas vezes referidos como corretores, ganham a vida conectando compradores e vendedores ou locatários e proprietários de imóveis.

Quanto ao lucro, os intermediários de imóveis em Luanda podem ganhar comissões que variam entre 10% a 20% do preço total do imóvel, seja em arrendamento ou venda. Por exemplo, se um imóvel é vendido por 100 milhões de kwanzas, o intermediário pode ganhar entre 10 a 20 milhões de kwanzas, dependendo do acordo estabelecido com o proprietário.

É importante notar que, apesar de ser uma fonte de sustento para muitas famílias, a profissão ainda não é regulamentada pelo Estado, mas há previsões de que isso possa mudar em breve com a introdução de regulamentações.

As zonas de Luanda com maior procura de intermediários de imóveis são principalmente o distrito de Talatona e os condomínios como Jardim de Rosas e Belas Business Park. Estas áreas são conhecidas pela sua alta demanda no mercado imobiliário, tanto para venda quanto para arrendamento de propriedades. Se estiver interessado em mais detalhes ou em outras zonas populares, recomendo consultar relatórios imobiliários atualizados ou plataformas online especializadas no mercado imobiliário angolano.

Nem tudo é um mar de rosa nas actividades de intermediação. Senhora Joyce, outra moradora da cidade capital considera muitos dos intermediários como “burladores”, uma vez que alteram os preços reais e muitas vezes de forma exorbitante. Para a mesma, os intermediários têm uma “nova lei” de que “além do proprietário pagar, o arrendatário também deve o fazer”, considerou ser uma desvantagem, uma vez que não teve uma boa experiência e não recomenda.

Lembra da questão que colocámos no início, se são profissionais ou Micheiros? 

Pois é, o mercado de intermediação em Angola ainda é considerado “Informal”, em que é notória a falta de leis que regulam a actividade e o grande realce vai para os preços praticados em cada intermediação. Segundo denúncias, além das percentagens na ordem dos 10 a 20%, os micheiros – indivíduos com pouco conhecimento técnico sobre imóveis – buscam tirar comissão entre o comprador e o vendedor e vantagem sobre o negócio.

Principais problemas dos intermediários de Luanda

Os principais problemas enfrentados pelos intermediários de imóveis em Luanda incluem: Informalidade, visto que a atividade de intermediação imobiliária é muitas vezes informal, o que significa que não é regulamentada por leis específicas, deixando os intermediários sem um quadro legal de proteção e responsabilidades claras; Falta de Regulamentação, que se manifesta na ausência de regulamentação formal para a profissão de intermediário imobiliário resulta em práticas irregulares e falta de responsabilização; Comissões Elevadas, onde os intermediários costumam cobrar comissões altas, que podem variar entre 10 a 20% do valor total do imóvel, seja em venda ou arrendamento; Conflitos de Interesse, em alguns casos, os intermediários podem impor condições desfavoráveis aos clientes ou proprietários, o que pode levar a conflitos e até violência física e Fraudes, onde a falta de regulamentação e a informalidade da atividade também abrem espaço para fraudes, onde clientes e proprietários podem ser vítimas de extorsão e enganos.

A actividade de corretor de imóveis em Angola é regulada pela Lei nº 14/12, de 4 de Maio – Lei de Mediação Imobiliária. Esta lei define o processo de estabelecimento e o exercício das atividades dos mediadores e dos angariadores imobiliários, e é complementada pelo Decreto Presidencial nº 320/20, de 24 de Dezembro, que aprova o Regulamento de Licenciamento e Inscrição para o Exercício das Atividades de Mediação Imobiliária e Angariação Imobiliária.