O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de captura para o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, seu antigo ministro da Defesa Yoav Gallant e líderes do Hamas, acusando-os de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. A decisão está relacionada aos eventos que ocorreram na Faixa de Gaza e aos ataques de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou ofensivas contra Israel, desencadeando a resposta militar israelita no território palestino.
Esses mandados transformam Netanyahu e outros envolvidos em fugitivos procurados internacionalmente. Essa medida pode aumentar o isolamento dos acusados, complicando ainda mais as tentativas de negociação para um cessar-fogo que possa pôr fim ao conflito de 13 meses entre Israel e o Hamas. Contudo, as implicações práticas podem ser limitadas, uma vez que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI, e vários dos responsáveis do Hamas já foram mortos no decorrer do conflito.
A reação de Netanyahu e outros líderes israelitas foi veemente. O gabinete do primeiro-ministro chamou os mandados de captura de “mentiras absurdas e falsas” e acusou o TPI de ser “antissemita”. Netanyahu também rejeitou as alegações, afirmando que Israel não cederia a pressões e continuaria sua ofensiva até alcançar todos os seus objetivos de guerra.
Por outro lado, o Hamas celebrou a decisão do TPI, considerando-a um “precedente importante e histórico”. O grupo militante palestino denunciou a “ocupação fascista” israelita e pediu à comunidade internacional que cooperasse com o tribunal para levar Netanyahu e Gallant à justiça, além de trabalhar para acabar com o que classificam de “crimes de genocídio contra civis inocentes” na Faixa de Gaza.
A decisão do TPI é um marco significativo no conflito, embora o seu impacto possa ser limitado pelo fato de Israel não reconhecer sua jurisdição e pelo contexto atual da guerra, que já levou à morte de muitos dos principais líderes do Hamas.