Início » Eleições Legislativas 2025: Empate histórico, demissão de Pedro Nuno Santos e novos cenários no Parlamento

Eleições Legislativas 2025: Empate histórico, demissão de Pedro Nuno Santos e novos cenários no Parlamento

by REDAÇÃO

As eleições legislativas de 2025 em Portugal marcaram uma reviravolta sem precedentes na política nacional. O bipartidarismo foi, pela primeira vez, posto em xeque, com o Partido Socialista (PS) e o Chega a conquistarem exatamente o mesmo número de deputados: 58 cada. Diante desse empate inesperado, Pedro Nuno Santos anunciou a sua demissão da liderança do PS, encerrando o discurso da noite com um enigmático “Até breve, obrigado a todos”.

A grande vencedora da noite foi a Aliança Democrática (AD), que elegeu 89 deputados. Apesar da vitória, o resultado ficou distante da maioria absoluta e mesmo somando forças com os nove deputados da Iniciativa Liberal (IL), não é suficiente para formar um governo estável.

Questionado sobre a posição da AD perante negociações, Luís Montenegro respondeu de forma ambígua, trocando o “não é não” por um enigmático “sim é sim a Portugal”.

O grande feito do Chega foi alcançar o mesmo número de lugares que o PS — 58 deputados — num resultado que surpreendeu analistas e eleitores. O desempate está agora nas mãos dos círculos da emigração, cujos votos serão contabilizados no próximo dia 28 de maio. No ano anterior, o Chega havia conquistado dois dos quatro mandatos atribuídos aos círculos internacionais.

O partido Livre foi um dos poucos da esquerda a comemorar, passando de um para seis deputados. Já o Bloco de Esquerda sofreu um revés significativo, mantendo apenas Mariana Mortágua como representante. A CDU também amargou um dos seus piores desempenhos históricos, reduzida a apenas três deputados.

O PAN manteve a sua única deputada, Inês de Sousa Real, enquanto o JPP (Juntos pelo Povo) conseguiu eleger pela primeira vez um representante, tornando-se a surpresa positiva da noite.

O recém-formado Partido Liberal Social (PLS), com apenas 60 dias de existência, demonstrou otimismo ao conquistar 6.336 votos (0,11%). Fundado por José Cardoso, ex-membro da IL, o partido demonstrou disposição em continuar crescendo, afirmando que “superou muitos partidos mais antigos”.

Em contrapartida, a Nova Direita, liderada por Ossanda Líber, enfrentou uma significativa queda em relação às eleições anteriores. Com apenas 8.217 votos (0,14%), a presidente reconheceu publicamente a desilusão com os resultados e expressou preocupação com o futuro do parlamento, que deverá continuar instável.

As eleições de 2025 mostraram um país politicamente dividido e um parlamento altamente fragmentado. O tradicional eixo PS-PSD foi abalado com a ascensão de novas forças políticas, em especial o Chega e o Livre. Com a incerteza a pairar sobre quem formará o próximo governo, resta agora aguardar os votos dos círculos da emigração para perceber qual será o próximo capítulo na política portuguesa.

related posts

Leave a Comment