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Tensão Diplomática: Angola e RTP em conflito por Liberdade de Imprensa

A versão angolana: acesso revogado por alegada tendenciosidade

by REDAÇÃO

A recente expulsão de um jornalista da RTP do Palácio Presidencial em Angola intensificou as tensões entre Luanda e Lisboa. O episódio, que provocou reação do Governo português em defesa da liberdade de imprensa, ganhou novos contornos após um comunicado oficial da Presidência angolana, que acusou a emissora portuguesa de parcialidade.

Segundo nota divulgada nas redes sociais da Presidência de Angola, a RTP já havia sido notificada, desde 15 de abril, de que não poderia mais cobrir eventos dentro do Palácio Presidencial. A decisão, conforme o documento, decorre de uma série de reportagens consideradas “tendenciosas”, levando o governo a pôr fim ao que chamou de “privilégio de acesso”.

As autoridades angolanas alegam que, mesmo ciente da restrição, a equipe da RTP compareceu à sala de imprensa do Palácio em 13 de maio e, por não constar da lista de órgãos autorizados, foi convidada a se retirar. Para o governo angolano, o ato de insistir no acesso é visto como uma tentativa de vitimização que não contribui para as relações diplomáticas entre os dois países.

RTP responde: “Não fomos informados de proibição”

A resposta da RTP não demorou. Em declarações ao jornal *Observador*, o diretor de informação da emissora, António José Teixeira, garantiu que nunca houve qualquer notificação formal — escrita ou verbal — proibindo a cobertura. Segundo ele, o correspondente da estação estava credenciado para estar no local.

 

eixeira ainda aponta que o desconforto das autoridades angolanas teria sido provocado por uma notícia da agência Lusa, veiculada pela RTP, sobre um cessar-fogo em Cabinda. A emissora afirma que tentou reiteradamente ouvir as Forças Armadas Angolanas para esclarecer o assunto, mas nunca obteve resposta.

Este incidente reacende o debate sobre os limites da liberdade de imprensa em contextos diplomáticos delicados. O Governo português já havia lamentado o ocorrido, reafirmando seu compromisso com a liberdade jornalística. A RTP, por sua vez, reforça que mantém uma linha editorial isenta e que “não faz campanhas a favor ou contra governos ou partidos”.

Enquanto isso, cresce a expectativa sobre os próximos capítulos desse impasse entre Angola e Portugal — uma tensão que pode testar os laços históricos entre os dois países.

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