Home NOTÍCIASCRIME Liberdade de Imprensa em Risco: Jornalista da Rádio Ecclésia denuncia intimidação Policial em Ndalatando

Liberdade de Imprensa em Risco: Jornalista da Rádio Ecclésia denuncia intimidação Policial em Ndalatando

by REDAÇÃO

Em mais um episódio preocupante para o jornalismo independente em Angola, o repórter Pedro Manuel Neto, da Rádio Ecclésia – Ndalatando, denuncia ter sido vítima de intimidação por parte de membros da Polícia Nacional, incluindo o 2.º Comandante Provincial do Kwanza Norte, conhecido como Subcomissário Luisão.

O incidente ocorreu na manhã do dia 14 de abril de 2025, durante a cobertura de uma manifestação-relâmpago na cidade de Ndalatando, município de Cazengo. Segundo o jornalista, após ser abordado por agentes da polícia que exigiram a sua retirada do local, a situação escalou com a chegada do oficial superior Fernando Luís João, também conhecido por “Luisão”.

De acordo com o relato, o comandante dirigiu-se ao jornalista de forma intimidatória, ordenando que desligasse o seu equipamento de gravação. Pedro Manuel Neto recusou-se a cumprir a ordem, alegando que isso violaria os princípios constitucionais da liberdade de imprensa e o direito à informação — fundamentos essenciais de qualquer democracia.

Um Clima de Medo para Jornalistas no Kwanza Norte

Este episódio, segundo Neto, não representa um caso isolado. Ele denuncia um padrão crescente de intimidação, ameaças e desrespeito institucional contra jornalistas na província. Frases como “A vossa rádio anda à toa!” ou “Se continuarem assim, nunca terão emprego no Governo!” ilustram um ambiente hostil que compromete a atuação da imprensa independente.

A denúncia ressalta ainda que, além de intimidações verbais, há casos de detenções arbitrárias e tentativas explícitas de silenciamento dos profissionais que buscam informar com isenção e responsabilidade.

Chamado à Responsabilidade e Respeito à Liberdade de Imprensa

Em carta pública, o jornalista apela às autoridades competentes, organizações da sociedade civil e entidades defensoras da liberdade de imprensa para que atuem de forma firme na proteção dos jornalistas e na preservação do direito constitucional de informar.

“É urgente chamar à razão aqueles que, investidos de poder, se julgam no direito de coartar liberdades fundamentais num Estado que se diz democrático e de direito”, escreveu Neto, que atua na emissora desde maio de 2023.

Tentamos entrar em contacto com o 2.º Comandante Provincial da Polícia Nacional do Kwanza Norte, Fernando Luís João “Luisão”, para obter o seu posicionamento sobre o ocorrido, mas até o momento da publicação, não obtivemos resposta.

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