Home POLÍTICA UNITA e FLEC pedem diálogo ao Governo angolano para resolver situação de Cabinda

UNITA e FLEC pedem diálogo ao Governo angolano para resolver situação de Cabinda

by REDAÇÃO

Em uma conferência de imprensa realizada na capital belga, representantes da UNITA e da FLEC/FAC lançaram um apelo conjunto ao Governo de Angola: é hora de abrir espaço para o diálogo e buscar uma solução pacífica e duradoura para a questão de Cabinda.

Júlio Muehombo, integrante do Bureau Executivo da UNITA, defendeu que o Governo angolano aproveite o cessar-fogo unilateral declarado pela Frente para a Libertação do Estado de Cabinda (FLEC/FAC), válido até 14 de junho, como uma oportunidade concreta de iniciar conversações sérias sobre o futuro da província rica em petróleo.

Durante o evento, realizado nas instalações da Press Club TV, Jean-Claude Nzita, porta-voz da FLEC/FAC, reforçou a disposição do movimento separatista para negociar. “Estamos comprometidos com a paz e preparados para conversar”, afirmou. Ele também destacou que os habitantes de Cabinda desejam o fim do conflito e querem ver sua autodeterminação reconhecida.

Nzita fez críticas à postura do Governo angolano, alegando falta de vontade política para avançar nas negociações, apesar da imagem que o Presidente João Lourenço tenta projetar internacionalmente como “campeão da paz” da União Africana. “Se essa liderança quer realmente representar a paz, é preciso demonstrar isso com ações concretas e não com slogans”, afirmou.

A FLEC/FAC declarou o cessar-fogo em meados de abril como um gesto de boa fé, alinhado à proposta de mediação apresentada pela UNITA. No entanto, Nzita lamentou a suposta atuação dos serviços de informação em Cabinda, que, segundo ele, contribuem para minar qualquer tentativa de paz real.

Para Nzita, é essencial que o processo de paz seja liderado por africanos, e não imposto de fora. Ele elogiou a iniciativa da UNITA e defendeu que se ultrapassem antigas abordagens, como o Acordo de Alvor e a narrativa de Cabinda como ex-protetorado português, que não resolveram o problema em cinco décadas de conflito.

Com esse posicionamento conjunto, UNITA e FLEC deixam clara sua expectativa: que o Governo angolano demonstre abertura política e responsabilidade histórica para avançar rumo a uma solução pacífica e negociada para Cabinda.

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