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João Lourenço propõe Presidente do Togo como novo mediador do conflito na RDC

Em meio ao agravamento do conflito no leste da República Democrática do Congo (RDC), o Presidente de Angola, João Lourenço, que estava atuando como mediador da União Africana (UA) no processo de paz, sugeriu, neste domingo, o presidente do Togo, Faure Gnassingbé, como seu sucessor. A proposta foi feita durante a primeira reunião da mesa da assembleia da UA, convocada por Lourenço, com o objetivo de encontrar um novo mediador para o conflito entre a RDC e o Ruanda.

A decisão surge após João Lourenço ter anunciado, em março, que renunciaria ao papel de mediador. Embora a sua renúncia tenha sido formalizada, o processo de designação do novo mediador ainda precisa ser aprovado pelos 55 Estados-membros da União Africana. Segundo a UA, o Presidente do Togo, Faure Gnassingbé, já recebeu uma resposta positiva preliminar sobre a proposta, o que dá indícios de que a mudança de liderança no processo de mediação poderá ocorrer em breve.

O conflito no leste da República Democrática do Congo se intensificou em janeiro de 2025, quando o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) tomou o controle de importantes cidades, como Goma e Bukavu, localizadas na região rica em minerais essenciais como ouro e coltan, usados principalmente na indústria tecnológica. O M23, composto em grande parte por tutsis que foram vítimas do genocídio em Ruanda, retomou suas atividades em 2021, com ataques relâmpago ao Exército congolês, no que se tornou um dos focos de tensão no leste africano.

Em janeiro deste ano, os confrontos em Goma e nas áreas adjacentes resultaram em mais de 8.500 mortes, de acordo com informações do ministro da Saúde Pública congolês, Samuel Roger Kamba. Além disso, a Organização Internacional para as Migrações relatou que cerca de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas nas províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul devido ao avanço do M23, que, segundo a ONU, recebe apoio do Ruanda.

Apesar dos esforços de mediação por parte de Angola, os avanços foram limitados, e a situação continuou a se deteriorar. A renúncia de João Lourenço ocorreu após o fracasso da tentativa de realizar um encontro entre o Governo da RDC e o M23 em Luanda, após a reunião bilateral entre os presidentes da RDCongo, Felix Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagame, no Qatar.

Lourenço já havia expressado o desejo de passar a responsabilidade de mediar o conflito assim que assumisse a presidência rotativa da União Africana, dado o contexto complexo e a falta de progressos significativos nos esforços de paz.

Com a proposta de Faure Gnassingbé como novo mediador, a União Africana agora terá que formalizar a decisão e obter o aval de seus membros. A situação no leste da RDC continua a ser uma das mais graves crises humanitárias e políticas da África, e a comunidade internacional observa atentamente os próximos passos para a pacificação da região.

Enquanto isso, o povo da RDC, especialmente nas províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul, segue vivendo em condições extremas, com milhares de mortes e milhões de deslocados. A esperança de uma solução duradoura depende, em grande parte, da capacidade da União Africana e dos líderes regionais de encontrar uma solução que atenda às complexas questões étnicas e políticas da região.