Em uma movimentação política importante em Angola, Abel Chivukuvuku, líder do PRA-JA Servir Angola, anunciou na quarta-feira, 16 de janeiro de 2025, que deixaria a bancada parlamentar da UNITA para seguir com o seu partido. Este grupo de sete deputados do PRA-JA, que estavam até então na oposição, solicitou à presidente da Assembleia Nacional a suspensão dos seus mandatos, uma ação impulsionada por uma imposição legal do sistema político angolano.
Chivukuvuku, que já foi candidato à vice-presidência de Angola, explicou que a decisão de deixar a UNITA e seguir com o PRA-JA era consequência da legislação atual que proíbe que um deputado eleito por um partido se filie a outro diferente daquele que o elegeu. Segundo o líder do PRA-JA, ninguém foi coagido ou forçado a tomar essa decisão: “Quem quiser continuar no Parlamento pode ficar, mas não vai fazer parte dos órgãos do PRA-JA”, afirmou Chivukuvuku, esclarecendo que esta medida não afetaria todos os deputados do partido, mas apenas aqueles que desejam se integrar aos órgãos do PRA-JA.
Cinco deputados do PRA-JA permanecem na bancada da UNITA, enquanto os demais seguiram sua trajetória com o partido recém-legalizado.
Chivukuvuku aproveitou a oportunidade para reiterar sua posição sobre a Frente Patriótica Unida (FPU), coalizão que inclui a UNITA, o Bloco Democrático (BD) e o PRA-JA. O líder do PRA-JA enfatizou que a FPU deve ser “reforçada, reformulada e, se necessário, alargada”. Para ele, a Frente não pode ser apenas uma ideia abstrata ou uma visão política; ela precisa ser transformada em uma coligação formal com estatuto legal.
“A Frente Patriótica não pode ser apenas uma ideia, tem que ser um exercício formal. Precisamos de uma estrutura legal para garantir que partidos como o Bloco Democrático possam continuar participando da Frente e que não sejam excluídos automaticamente”, explicou Chivukuvuku. Essa reformulação, segundo ele, é fundamental para a continuidade do trabalho conjunto dentro da FPU, além de permitir que todos os membros possam atuar de maneira organizada e legalmente reconhecida.
Abel Chivukuvuku também comentou sobre o futuro do PRA-JA, revelando que o partido realizará seu congresso no primeiro semestre de 2026, com vistas à campanha eleitoral para as legislativas de 2027, que começará no segundo semestre de 2026. Esse planejamento revela uma estratégia focada no fortalecimento do partido e na preparação para as futuras eleições.
Apesar da saída de seus deputados da bancada da UNITA, Chivukuvuku deixou claro que o PRA-JA continua comprometido com a FPU, mas acredita que para que a coligação tenha sucesso, ela precisa se transformar em algo mais estruturado e formal, com um estatuto legal que garanta a participação de todos os seus membros de forma equitativa e eficaz.
Essa mudança e proposta de reformulação da FPU refletem a ambição de Chivukuvuku de criar uma frente mais sólida, capaz de disputar o cenário político angolano de maneira mais estratégica e coesa nos próximos anos.