Lisboa – O Governo revisou as contas previstas no Orçamento do Estado para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e confirmou que o saldo inicialmente projetado como positivo será, na verdade, negativo. As novas estimativas apontam para um prejuízo de mais de 217,2 milhões de euros em 2025, marcando uma revisão significativa nos cálculos apresentados.
A correção nas previsões do orçamento, apresentada seis dias após o debate no Parlamento, revelou uma discrepância considerável nos valores. Segundo o Governo, dois fatores principais explicam o déficit:
1. Redução da Receita Consolidada
A receita consolidada, anteriormente projetada em 6,854,7 milhões de euros, foi revisada para 15,530 milhões, indicando uma redução expressiva.
2. Aumento nos Gastos Operacionais
Os custos com pessoal e a aquisição de bens e serviços registraram uma alta significativa. No orçamento inicial, estava previsto um gasto de 8,356 milhões de euros, mas as contas atualizadas elevaram esse número para 8,889 milhões de euros, um aumento superior a 530 milhões de euros.
O Governo apontou que a reforma do SNS, iniciada em 2024, contribuiu para o aumento dos gastos. A reestruturação incluiu a extinção das Administrações Regionais de Saúde (ARS) e a criação das Unidades Locais de Saúde (ULS), um processo que ainda não teve os custos completamente quantificados.
A apresentação inicial dos números no Parlamento gerou críticas da oposição, que agora reforça sua posição diante da revisão negativa. O déficit divulgado coloca em evidência os desafios financeiros do SNS e acende o debate sobre a sustentabilidade do sistema.
Apesar das justificativas do Executivo, incluindo críticas ao governo anterior, a oposição questiona a gestão e as prioridades orçamentárias. A expectativa é de que essas discussões se intensifiquem, dado o impacto direto nas políticas de saúde e no atendimento à população.
Com os números revisados, o desafio do Governo será encontrar soluções para mitigar o déficit enquanto implementa as reformas estruturais no SNS. O aumento dos gastos com pessoal e serviços reflete a complexidade de modernizar o sistema de saúde sem comprometer a qualidade e o acesso aos serviços essenciais.
Essas novas projeções reforçam a necessidade de um planejamento mais rigoroso para garantir que o SNS consiga cumprir seu papel, apesar das dificuldades financeiras que se desenham para os próximos anos.