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Acusações de abuso de poder e conflitos familiares marcam gestão de Presidente da CNE no Bié

Luanda – Daniel Chimbinga Chande, Presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) no Bié, está no centro de uma polêmica que envolve a mistura de questões familiares e decisões profissionais. Chimbinga é acusado de sugerir a expulsão de Augusto Segunda, genro de seu irmão, com base em motivos pessoais, nomeadamente o fato de Segunda ter tido um filho fora do casamento.

Fontes ligadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) no Bié revelam que Chimbinga enfrenta uma série de acusações, incluindo desvio de dinheiro, associação criminosa, tráfico de influência e abuso de poder. Embora o processo esteja em andamento, o presidente da CNE no Bié mostra-se confiante de que o caso não avançará, alegando ter “favores” pendentes com o MPLA e uma relação de proximidade com o Presidente Manico.

O caso que mais tem chamado atenção envolve a tentativa de expulsão de Augusto Segunda, que também ocupa o cargo de Presidente da Comissão Eleitoral do Cuito. O motivo alegado por Chimbinga é que Segunda violou os “princípios familiares” ao ter um filho fora do casamento. Para embasar sua ação, Chimbinga utilizou-se de um desentendimento entre Segunda e o chefe de recursos humanos da instituição.

Segundo fontes internas, Chimbinga teria dado instruções à Presidente da Comissão Municipal do Cunhinga, Maurícia Antonina, e ao chefe de secção, Valdemiro Caetano, para registrar faltas ao técnico antes do horário normal de expediente, a fim de criar uma falsa impressão de abandono de serviço e facilitar sua demissão.

Apesar de apelos de Luanda e outras províncias para que mantivesse separadas as questões pessoais das suas responsabilidades profissionais, Daniel Chimbinga permanece inflexível na sua decisão de expulsar o genro de seu irmão. Ele tem ignorado até mesmo as recomendações de seu próprio gabinete jurídico.

Essa postura tem gerado críticas entre funcionários da CPE-Bié, que denunciam um ambiente de trabalho insustentável devido ao abuso de poder e tráfico de influência. Um dos exemplos mais citados é o caso de um técnico de primeira classe que foi preso sem qualquer justificativa clara, supostamente por influência direta de Chimbinga.

Imunidade para aliados próximos

Paralelamente, outros casos de alegada impunidade têm reforçado a percepção de um ambiente injusto dentro da CNE no Bié. Um chefe de departamento, que destruiu uma viatura ao usá-la para fins pessoais, não foi punido, assim como a Presidente da Comissão Municipal do Cunhinga, que permitiu que seu filho utilizasse um veículo oficial para lazer.

Fontes internas indicam que a pressão exercida por familiares e aliados de Chimbinga, que aguardam vagas prometidas, tem fomentado conflitos internos. Esse cenário tem resultado em demissões e mudanças no quadro de pessoal, com favorecimento a indivíduos alinhados à sua gestão.

A conduta de Daniel Chimbinga tem gerado um clima de instabilidade dentro da Comissão Nacional Eleitoral no Bié. Denúncias de abuso de poder, favorecimentos e decisões baseadas em interesses pessoais, em vez de critérios profissionais, colocam em xeque a credibilidade da instituição. A comunidade local e a opinião pública aguardam com expectativa os próximos desdobramentos, enquanto o processo legal contra Chimbinga segue em andamento.

Este cenário de conflitos e acusações reflete a necessidade urgente de medidas mais rigorosas de controle e transparência dentro das instituições públicas, para garantir que cargos de poder não sejam utilizados para benefício pessoal.