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Tribunal ditou hoje sentença do julgamento do antigo comandante municipal de Belas, Evandro Aragão

O Tribunal de Comarca de Belas agendou para esta terça-feira, 2, a leitura da sentença do antigo comandante da Polícia e delegado do Ministério do Interior do município de Belas, em Luanda, o superintendente Evandro Aragão, que está em prisão preventiva desde Agosto de 2023, acusado do crime de homicídio de dois jovens na Zona Verde.

Fonte: NJ

Oex-comandante é ainda acusado de ter torturado uma das vítimas, antes de ordenar o seu assassinato, e também de ter mandando matar um 3º sub-chefe da Polícia Nacional, de 46 anos, afecto ao seu comando municipal.

Três efectivos da Polícia, que também estão detidos e a serem julgados no mesmo processo, disseram em tribunal que a ordem partiu do comandante Evandro Aragão.

Conta a acusação que o então comandante Evandro Aragão maltratou um dos arguidos, queimando-o no braço com um cigarro aceso.

Segundo a acusação, um dos arguidos foi asfixiado até à morte com um saco na cabeça, enquanto outro foi agredido ate à morte com um bloco de cimento na cabeça.

Os corpos das vítimas foram atirados para um matagal, no município de Belas, no mês de Fevereiro de 2023.

Conforme a acusação do Ministério Público (MP), os agentes em serviço, assim como o 3.º sub-chefe assassinado, comentaram as acções comprometedoras dos seus superiores, incluído a do comandante, e este passou a persegui-los.

Por conta das declarações prestadas pelos arguidos à Polícia Judiciaria (PJ) sobre o assunto, os agentes passaram a ser vistos como traidores pelos seus comandantes.

“Em função disto, o 3.º sub-chefe assassinado foi alertado por colegas que o avisaram que o então comandante Evandro Aragão o queria morto, facto que o levou a deixar de atender as chamadas telefónicas do chefe, mas passou a ver a sua residência rondada por um dos arguidos no processo.

No dia 5 de Agosto de 2023, prossegue a acusação, o 3.º sub-chefe assassinado foi chamado à PJ. Antes, pensou ir ao comando municipal de Belas informar sobre a situação, mas no caminho foi morto por agentes da polícia de Belas, com 10 tiros, na presença do filho, que o seguia e viu um dos colegas do pai a disparar.

Com medo de terem o mesmo destino, os três agentes arguidos, que participaram na acção criminosa que vitimou os dois jovens detidos em Fevereiro de 2023, decidiram contar a verdade dos factos à Polícia Judiciária, o que culminou na detenção dos demais envolvidos no crime, incluído o próprio comandante da Polícia e delegado do Ministério do Interior no município de Belas.