Dezenas de hotéis começaram a ser privatizados em Angola. Analistas receiam que as unidades possam ser compradas por antigos titulares de cargos públicos supostamente envolvidos em atos de corrupção.
Fonte: DW
Na semana passada, 39 hotéis de três redes hoteleiras começaram a ser privatizados pelo Estado angolano. Trata-se de unidades dos grupos IU, IKA e BIKA, cujo leilão realizou-se, na última quinta-feira, pelo Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE).
Os bens foram recuperados no âmbito da luta contra a corrupção levada a cabo pelo Presidente João Lourenço, desde setembro de 2017. No país questiona-se, entretanto, a identidade dos futuros proprietários destes imóveis.
O jornalista Ilídio Manuel, por exemplo, diz que há muita probabilidade destes hotéis voltarem à esfera de antigos titulares de cargos públicos implicados em supostos atos de corrupção. “Agora, resta saber se são ‘marimbondos’ da era [do ex-Presidente] José Eduardo dos Santos ou de João Lourenço”, comenta o jornalista em declarações à DW.
“Qualquer dos dois grupos tem acesso ao poder económico para poder adquirir essas unidades”, acrescenta. “Na generalidade, o poder de compra dos empresários está bastante limitado e eles não terão capacidade de poderem concorrer com aqueles que têm maior poder económico”.