A recente tensão dentro da oposição angolana ganhou novos contornos com a declaração do PRA-JA Servir Angola, que afirma ter sido excluído da Frente Patriótica Unida (FPU), uma coligação formada também pela UNITA e pelo Bloco Democrático.
A informação foi divulgada através de um comunicado do Comité Executivo do PRA-JA, divulgado na noite de sexta-feira. O partido acusa os seus antigos parceiros de ignorarem as decisões tomadas no seu primeiro congresso constitutivo, realizado esta semana. Para o PRA-JA, houve uma atitude “intencional e desrespeitosa” por parte da UNITA e do Bloco Democrático, especialmente em relação às orientações traçadas para o futuro político da formação.
A liderança do PRA-JA denuncia ainda tentativas de descredibilizar o seu presidente, Abel Chivukuvuku, alegando que existiriam sinais claros de “tentativa de assassinato de caráter” contra o político.
Vale lembrar que, nas eleições gerais de 2022, os três partidos concorreram de forma unificada através da Frente Patriótica Unida, coordenada pela UNITA. No entanto, à época, o PRA-JA ainda não tinha completado seu processo de legalização como partido.
Durante o encerramento do congresso, Chivukuvuku foi mandatado para conduzir o partido rumo a uma possível candidatura independente nas eleições de 2027, sinalizando um afastamento claro da coligação opositora. A resposta da UNITA e do Bloco Democrático veio logo no dia seguinte, com os dois partidos lamentando o afastamento do PRA-JA e reafirmando o seu compromisso com a continuidade da Frente Patriótica Unida.
Segundo o vice-presidente do PRA-JA, Xavier Jaime, a decisão de seguir caminho próprio está em consonância com as resoluções aprovadas no congresso. Entre elas, está a possibilidade de participar em futuras coligações, desde que em termos formais e claros — uma proposta que, segundo o partido, foi negligenciada pelos antigos aliados.
Em tom definitivo, o comunicado encerra com a afirmação de que o partido aceita a sua exclusão da FPU e concentrará esforços na preparação para as próximas eleições gerais, com o objetivo declarado de vencer em 2027.