- O Presidente João Manuel Gonçalves colocou à disposição dos angolanos na diáspora uma aeronave (Bombardier Q400) para levar à província do Cunene um grupo de angolanos que se encontra em Luanda a participar na denominada “primeira conferência nacional com a comunidade angolana da diáspora 2024”.
Fonte: Club-k.net
Ao contrário do primeiro encontro de quadros angolanos no exterior promovido pelo Conselho de Ministros, em novembro de 2004, que visou discutir a inserção de quadros no processo de reconstrução do país, o recente realizado em Luanda visou abordar os “efeitos do executivo angolano liderado pelo Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço”.
O mais recente encontro foi impulsionado pelo gabinete de Ação Psicológica e Informação da Casa Militar do PR, a entidade financiadora, que por sua vez endossou o MONAA – Movimento Nacional Angola Avante, para estar à frente da organização.
O MONAA, é uma ONG, fundado em 12 de junho de 2018 cuja sede fica no Bairro Caop Nova, em Cacuaco, Casa nº 303. O seu Presidente fundador é Auzílio Martins Jacob “Manjo”, antigo integrante do Movimento Nacional Espontâneo (MNE) da era de José Eduardo dos Santos. Após deixar esta ONG por alegadas divergências, Jacob, criou a MONAA, para divulgar os feitos de João Lourenço, a semelhança. Além de Jacob, fazem parte da liderança Evaristo Mateus Vany e Mateus Damiao Sebastião, que ocupa a vice-presidência.
Durante estes dias, Auzílio Jacob, não apareceu dando o rosto pela MONAA, devido as suas funções de Administrador Municipal de Cacuaco.
A ideia de realizar o encontro de quadros foi no seguimento de uma digressão que o MONAA realizou no exterior do país, entre 2020 e 2023, onde procedeu à apresentação em conferências, os “efeitos do executivo angolano liderado pelo Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço”.
Para o evento que decorre em Luanda, foram convidados angolanos vindos do exterior, representantes das embaixadas e consulados, organizações da sociedade civil e outras entidades. Ao todo, foram convidados 120 angolanos provenientes do exterior, sendo que 30 deles são funcionários diplomáticos. Outros 90 chegaram do interior do país, sendo que 72 são participantes normais e 18 elementos dos governos provinciais.
Faz parte do programa palestras com governantes angolanos sobre temas econômicos, sociais e emigração, bem como deslocações a algumas províncias. O acto de abertura contou com a presença do diretor do GEAE, Ernesto Manuel Norberto Garcia, em representação do Presidente João Lourenço.
Na terça-feira, dia 2, Norberto Garcia transmitiu verbalmente aos participantes que o PR receberia, no dia seguinte, no palácio presidencial, 30 delegados. Durante a audiência, partilharam a agenda com quatro caravanas de delegados que iriam visitar a zona norte, nordeste, suldoeste e centro-leste do país.
Ao notar a importância da província do Cunene, João Lourenço encorajou que a mesma fosse visitada, devido à construção de um canal de água para mitigar a seca. Paralelamente, ordenou a criação de condições por parte do gabinete do voo presidencial, que no dia seguinte transportou uma parte da delegação ao Cunene, partindo do terminal militar do aeroporto de Luanda.
Até o dia 28 de março, o Ministério das Relações Exteriores não tinha conhecimento desta operação realizada entre o “Movimento Nacional Espontâneo” de João Lourenço e o Gabinete de Ação (GEAE), tendo inclusive emitido um comunicado referindo que não foram contactados pela referida associação e, de seguida, advertiu que “não está engajado na realização da conferência, pelo que orienta os seus órgãos externos a manterem a mesma postura de não engajamento”.
De acordo com apurações, o comunicado do MIREX foi pelo fato de não ter até então conhecimento de que o Movimento Nacional Angola – Real (MONAAR) era uma espécie de “Movimento Nacional Espontâneo” que trabalha na divulgação dos feitos do Presidente João Lourenço. Depois de terem sido devidamente informados, deliberaram os seus funcionários. O autor do comunicado do MIREX, o Secretário de Estado, Embaixador Domingos Custódio Viera Lopes, aderiu igualmente ao evento, tendo participado na audiência que João Lourenço concedeu aos delegados no dia 3 de abril, no palácio presidencial.