Não estão a ser autorizados a participar nos eventos religiosos, chegando mesmo a ser impedidos de frequentar os locais de culto.
Enquanto os cristãos de todo o mundo se preparam para celebrar a Páscoa, os palestinianos da terra que deu origem à religião enfrentam severas restrições à entrada na Cidade Velha de Jerusalém para assinalar a ocasião.
Desde o começo da guerra entre Israel e o Hamas, as habituais multidões de fiéis estão ausentes e os palestinianos enfrentam restrições “sem precedentes”. Vários cristãos palestinianos não estão a ser autorizados a participar nos eventos religiosos, chegando mesmo a ser impedidos de frequentar os locais de culto, avança a Al Jazeera.
“Os cristãos palestinianos da Cisjordânia são pessoas que querem vir à Cidade Velha e celebrar a Páscoa, mas não lhes é permitido”, disse Imran Khan, repórter daquela agência de notícias.
“Estes são dias muito negros e difíceis. Penso que as restrições este ano aumentaram definitivamente. Mesmo para nós aqui em Belém – e Jerusalém fica literalmente a 20 minutos daqui – não temos acesso. Jerusalém é muito importante para nós, especialmente na Páscoa. Estamos habituados a rezar na Igreja do Santo Sepulcro (templo cristão). Isto faz parte da nossa vida quotidiana sob ocupação. A guerra veio aumentar a nossa dor devido à magnitude da morte e do assassínio, disse o padre Munther Isaac.
De acordo com alguns relatos, a segurança e o controlo na cidade de Jerusalém ficaram mais evidentes desde o início do conflito, causando um certo desconforto aos habitantes que dizem estar a ser constantemente parados para mostrarem a sua identificação. Em alguns casos, as forças de segurança chegam a ser violentas.
Menino Jesus foi deixado no meio dos escombros num presépio na cidade onde nasceu
“A maior parte das vezes, não é muito agradável”, contou Fayaz Dakkak, o proprietário de uma loja familiar que vende recordações religiosas.
Segundo a Al Jazeera, mesmo antes da guerra, os cristãos palestinianos tinham de pedir autorização para visitar a Cidade Velha muito antes das celebrações. No ano passado, a Igreja Ortodoxa Grega criticou aquilo a que chamou as “pesadas restrições” impostas por Israel à liberdade de culto durante a Páscoa.
A polícia israelita afirmou que os limites eram necessários por razões de segurança durante a celebração do “Fogo Sagrado” na Igreja do Santo Sepulcro, durante a qual uma chama retirada do túmulo de Jesus na igreja é utilizada para acender as velas dos fiéis.