A campanha eleitoral no Senegal visando a primeira volta das eleições presidenciais de 24 de Março arranca neste sábado. Disputam o escrutínio 19 candidatos, apostados em suceder a Macky Sall, que não se podia voltar a candidatar. De fora ficaram, porém, Karim Wade, filho do antigo presidente Abdoulaye Wade, ou o principal opositor, Ousmane Sonko. O seu candidato, Bassirou Diomaye Faye, está também ainda preso.
No Senegal, o novo Primeiro-Ministro Sidiki Kaba nomeou a 8 de Março, um novo governo, responsável por organizar as eleições no próximo dia 24 de Março, assim como a campanha eleitoral iniciada este sábado, que durará apenas 14 dias (em vez dos 21 previstos pela lei) e que, pela primeira vez, terá lugar durante o ramadão.
Disputam o escrutínio 19 candidatos, apostados em suceder a Macky Sall, que não se podia voltar a candidatar.
Neste contexto Amadou Kébé, estudante senegalês de tradução, alega que os senegaleses estarão muito mobilizados para acompanhar esta campanha por aspirarem a uma mudança.
“Os senegaleses estão ansiosos por eleger um novo presidente. O Macky Sall já teve dois mandatos no poder e agora é o tempo para passar o lugar a um novo presidente. Já há muitos anos que o Macky Sall está no poder. E que a economia tem sempre problemas… com a emigração dos jovens. Neste momento, penso que a juventude senegalesa quer mudança. Neste país de Karim Wade, o partido do PDS, Partido Democrático Senegalês, ainda tem muitas pessoas a votar por este partido. Então, uma parte da população senegalesa não vai ter um candidato. Esta parte da população podia votar para o candidato do poder Amadou Ba. Mas também há uma outra parte que não quer que o governo ganhe e talvez vão votar para o Ousmane Sonko. E como o Ousmane Sonko também tem um candidato que ainda está na prisão, que talvez poderia sair depois do início da campanha eleitoral, Diomaye Faye, o candidato do Sonko. Penso que os eleitores do PDS poderiam votar também Para Diomaye Faye.”
Amadou Kébé alega que o candidato do poder, Amadou Ba, pode ter também as suas oportunidades, não obstante ter uma projecção menor do que o presidente cessante, mas o cenário político está muito em aberto.
“Poderia aproveitar o desempenho de Macky Sall durante todos os anos que ele ficou no poder. Como ele também foi o antigo primeiro ministro, ele sempre foi também amigo de Macky Sall. Foi eleito também representante do partido do Macky Sall. Ele poderia aproveitar estes ganhos do Macky Sall, mas também é uma pessoa que tem muitos laços no estrangeiro. A maioria do partido que aceitou esta candidatura, embora haja também outros pessoas do partido de Macky Sall que estão também a candidatar-se. E há dois candidatos que provêm do partido da Macky Sall. Mas o Amadou Ba poderia também ter muitas oportunidades que poderia aproveitar.”
O escrutínio devia ter ocorrido a 25 de Fevereiro, mas foi adiado por decisão presidencial. O diálogo nacional preconizava que as eleições decorressem em Junho, hipótese chumbada pelo Conselho Constitucional. Este acabou por se alinhar com a data que, entretanto, o presidente cessante, tinha sugerido para o pleito, 24 de Março.
Tal obrigou ao encurtamento da campanha eleitoral.
O Senegal tem estado mergulhado numa crise política sem precedentes, com protestos e registo de pelo menos 4 mortos, contestando a manutenção, além do prazo legal, no poder de Macky Sall ou os candidatos excluídos da disputa, ou ainda a manutenção na prisão de alguns opositores.
O parlamento acabou de adoptar uma amnistia que poderia vir a libertar alguns dentre eles.