“Ambos os candidatos são figuras conhecidas dentro da UNITA e com ambições nacionais. A mensagem deve ultrapassar o congresso e alcançar o eleitorado angolano, de forma a preparar o partido para as eleições gerais de 2027”, explicou Jimbo à DW.
O analista também sublinha a importância de regras claras de financiamento, para garantir “igualdade de tratamento e convivência saudável” entre os dois concorrentes. “É essencial definir de onde vêm os fundos, como são aplicados e assegurar a devida prestação de contas após o congresso”, acrescentou.
Contudo, o início da campanha ficou marcado por trocas de acusações e linguagem agressiva nas redes sociais entre apoiantes de ambos os lados. Luís Jimbo defende que a comissão eleitoral da UNITA deve intervir para travar os excessos e garantir que “a urbanidade e a ética prevaleçam durante todo o processo”.
Para o analista político Eurico Gonçalves, o congresso de novembro será um teste à maturidade do maior partido da oposição. “A UNITA cresceu politicamente nos últimos anos, mas agora precisa consolidar a unidade interna sem perder energia nem coerência”, afirmou.
Gonçalves considera que o desfecho deste processo interno poderá definir o futuro político do partido: “Se a UNITA se deixar levar por disputas internas, sairá enfraquecida. Mas, se conseguir renovar o discurso e fortalecer a coesão, poderá afirmar-se como uma alternativa credível e moderna para 2027.”

