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Timor-Leste torna-se o 11.º membro da ASEAN e promete nova era de cooperação regional

by Marcelino Gimbi

Kuala Lumpur —Timor-Leste foi oficialmente admitido como o 11.º membro da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), durante a 47.ª Cimeira do bloco, realizada este domingo na Malásia. O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, descreveu o momento como “um sonho realizado” e um marco histórico para o país.

A cerimónia de adesão, presidida pelo primeiro-ministro malaio Anwar Ibrahim, simbolizou o culminar de 14 anos de negociações e reformas desde que Timor-Leste apresentou o pedido formal em 2011. “Hoje fazemos história. Esta conquista representa a nossa resiliência, determinação e esperança”, afirmou Xanana Gusmão, emocionado, enquanto a bandeira timorense era hasteada ao lado das restantes dez da ASEAN.

O presidente José Ramos-Horta classificou a entrada no bloco como “a concretização das aspirações nacionais de igualdade e cooperação”, destacando que o país se compromete a contribuir para a paz e o desenvolvimento regional.

Com uma população de cerca de 1,5 milhões de habitantes, Timor-Leste é a nação mais jovem do Sudeste Asiático e enfrenta desafios significativos no campo económico e institucional. Apesar disso, implementou reformas políticas, jurídicas e económicas para se alinhar com os padrões do bloco.

A professora Khoo Ying Hooi, especialista da Universiti Malaya, afirmou à Euronews que “a adesão é uma declaração de pertença e maturidade política”, mas alertou que o país ainda precisa de consolidar a sua capacidade administrativa e económica. “A ASEAN funciona por consenso, e Timor-Leste terá de investir fortemente em recursos humanos e infraestruturas”, frisou.

Da mesma forma, Mica Barreto Soares, docente na Universidade Nasional de Timor Lorosa’e, salientou que “o país deve avançar com prudência”, estabelecendo prioridades e evitando sobrecarga institucional.

A integração na ASEAN dá a Timor-Leste acesso a um mercado de 680 milhões de pessoas** e a uma economia regional avaliada em 3,8 biliões de dólares. A adesão deverá abrir portas ao investimento, ao comércio livre e a programas de mobilidade académica e profissional.

“A entrada no bloco pode ser uma porta de oportunidades para a juventude timorense, sobretudo nas áreas da educação e inovação”, observou Khoo Ying Hooi.

Já Mica Barreto sublinha que o país “ainda tem um longo caminho” a percorrer no reforço das suas instituições educativas e científicas, mas acredita que o intercâmbio com os parceiros regionais “poderá fortalecer o ensino e a formação”.

Além do simbolismo político, analistas consideram que Timor-Leste pode aportar experiência moral e diplomática à ASEAN, sobretudo pela sua trajetória de reconciliação pós-conflito. “Timor-Leste construiu a paz através do diálogo e da tolerância — valores que podem inspirar o bloco, especialmente na gestão de crises como a de Mianmar”, afirmou Khoo.

Apesar do entusiasmo, especialistas alertam que a integração plena exigirá tempo e investimento. “O risco é que Timor-Leste seja incluído simbolicamente, mas continue marginalizado na prática”, adverte Khoo Ying Hooi.

Para Mica Barreto, o sucesso da adesão dependerá da capacidade do país em transformar este passo diplomático em benefícios concretos para o seu povo. “A ASEAN pode abrir portas, mas cabe a Timor-Leste decidir como e quando atravessá-las”, concluiu.

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