Lisboa — O Tribunal de Instrução Criminal decretou prisão preventiva para Bruno Silva, um cidadão luso-brasileiro detido pela Polícia Judiciária (PJ) em Vila Real, suspeito de ameaças de morte e incitamento ao ódio. A medida de coação foi aplicada após promoção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, segundo avançou a CNN Portugal.
O homem é acusado de ter utilizado a rede social X (antigo Twitter) para oferecer um apartamento no centro de Lisboa a quem matasse brasileiros, e uma recompensa adicional de 100 mil euros pela morte de uma jornalista brasileira a trabalhar em Portugal. A conta utilizada para publicar as mensagens já foi suspensa pela plataforma.
De acordo com a PJ, as publicações do suspeito “tiveram ampla repercussão e causaram alarme social”, afetando o sentimento de segurança pública e gerando forte indignação. Entre as vítimas das ameaças encontra-se a jornalista Stefani Costa, alvo direto das mensagens.
A jornalista Amanda Lima, da CNN Portugal, revelou também ter sido ameaçada e insultada pelo mesmo indivíduo. Em declarações ao canal, afirmou ter apresentado queixa no ano passado contra Bruno Silva e outros autores de mensagens racistas. Segundo relatou, o suspeito chegou a enviar-lhe um e-mail onde se apresentava como “o português mais racista de Portugal” e dizia sentir “nojo, ódio e desprezo pelos brasileiros”, além de se identificar como “militante do partido Chega”.
Bruno Silva afirmava ainda nas redes sociais recusar atender ou ser atendido por brasileiros e pessoas negras em restaurantes, chamadas ou arrendamentos.
A investigação continua a cargo da Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária, que prossegue a recolha de provas no âmbito dos crimes de ameaças de morte e incitamento ao ódio racial e xenófobo.

