Lisboa — No Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, realizaram-se esta quinta-feira as cerimónias fúnebres de Francisco Pinto Balsemão, no segundo dia do luto nacional decretado pelo Governo. A missa, aberta ao público, foi celebrada pelo cardeal patriarca emérito de Lisboa, D. Manuel Clemente, reunindo altas figuras do Estado, políticos, jornalistas e cidadãos que quiseram prestar a última homenagem ao fundador do PSD, do Expresso e da SIC.
Durante toda a manhã, centenas de pessoas passaram pelos Jerónimos para se despedirem de um dos nomes mais marcantes da história recente do país. Entre as presenças, destacaram-se o Presidente da República, o Primeiro-Ministro e vários ex-governantes.
Francisco Pinto Balsemão foi lembrado por todos como um homem de consensos, ponderado e defensor da democracia e da liberdade. O antigo Presidente da República Ramalho Eanes destacou o seu “papel essencial na consolidação da democracia portuguesa”, enquanto Manuela Ferreira Leite sublinhou que “Balsemão conseguiu trazer até hoje o espírito e os valores do PSD”.
O autarca do Porto, Rui Moreira, recordou o contributo do político para o desenvolvimento do país, afirmando que “devemos a Balsemão a navegabilidade do Douro”. Já Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, lembrou a relação pessoal que os unia: “Apoiou-me sempre. Era um visionário, um homem à frente do seu tempo.”
Em 2023, Balsemão havia sido distinguido com a Medalha de Honra da Cidade de Lisboa e recebeu também as chaves da cidade do Porto, reconhecimentos do seu papel na defesa da liberdade e no fortalecimento das instituições democráticas.
Para o ministro José Luís Carneiro, a forte presença de membros do Partido Socialista na cerimónia “mostra o respeito e a consideração que o país tem por Balsemão”. Também o deputado Sebastião Bugalho referiu-se a ele como “uma inspiração para as novas gerações”.
Francisco Pinto Balsemão, que foi Primeiro-Ministro de Portugal entre 1981 e 1983, deixa um legado ímpar na política, no jornalismo e na vida cívica nacional.
Hoje, entre lágrimas e aplausos contidos, Portugal despediu-se de um homem discreto, mas determinante, cuja trajetória se confunde com a própria história da democracia portuguesa.

