Luanda — O presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Nimi a Simbi, foi retirado de forma urgente por elementos da sua segurança após alegadas ameaças de agressão física feitas pelo antigo líder do partido, Ngola Kabango durante uma reunião do Bureau Político.
O incidente ocorreu quando se discutia a aprovação da agenda de trabalhos da reunião marcada para 26 de Setembro, em Luanda. De acordo com testemunhos, a sessão foi interrompida e posteriormente cancelada devido ao clima de tensão provocado por ameaças de confronto atribuídas a Ngola Kabango, o que levou a equipa de segurança a evacuar o presidente para evitar incidentes mais graves.
Ngola Kabango, de 82 anos, é apontado por militantes da FNLA como alguém que, ao longo dos anos, tem utilizado a sua ligação familiar ao fundador do partido, Holden Roberto, para manter influência nas estruturas internas. Kabango foi cunhado de Holden Roberto, tendo um filho com a irmã mais nova do histórico dirigente.
Em 2 de Outubro, Nimi a Simbi anunciou em conferência de imprensa a suspensão de Ngola Kabango, acusando-o de promover uma “rebelião interna” e de tentar desestabilizar a liderança atual do partido.
Nas eleições gerais de 2022, a FNLA elegeu dois deputados à Assembleia Nacional, garantindo a continuidade da sua presença parlamentar, apesar das persistentes divergências internas.
Ngola Kabango, engenheiro e escritor, licenciou-se em Engenharia Electrónica pelo Instituto Superior de Electrónica de Kranj, na antiga República da Eslovénia, entre 1963 e 1969. Atualmente, exerce funções como administrador não executivo da ENDIAMA E.P., empresa pública diamantífera angolana.

