Tribunal de Portimão condena homem a 12 anos por roubo com morte em Albufeira

Portimão – Igor Semedo foi condenado a 12 anos e seis meses de prisão pelo crime de roubo agravado pelo resultado de morte, ocorrido em 2019, em Albufeira, e que vitimou José Souza, proprietário de uma fábrica de bolas de Berlim. A sentença foi proferida esta quarta-feira no Tribunal de Portimão.

Durante a leitura do acórdão, o arguido reagiu com indignação, alegando estar a ser condenado injustamente. “Estou a ser condenado por um crime que não cometi, só por ser preto”, afirmou em voz alta, antes de pedir para abandonar a sala do tribunal.

O coletivo de juízes, presidido pelo magistrado Pedro Frias, decidiu absolver Igor Semedo do crime de homicídio, considerando não haver provas de que ele e o segundo arguido, Aldair Silva — que foi totalmente ilibado — tenham atuado em conjunto. Segundo a decisão judicial, o crime foi cometido por Igor Semedo com a ajuda de uma terceira pessoa não identificada.

De acordo com o tribunal, a vítima, de 67 anos, foi encontrada com várias lesões e sinais de agressão, além de ter sido amarrada com fita adesiva na boca e no pescoço. José Souza sofria de cardiomiopatia hipertrófica, uma condição que contribuiu para o desfecho fatal. Contudo, o tribunal considerou que não ficou provado que os agressores tivessem a intenção de provocar a morte, o que levou à exclusão da acusação de homicídio qualificado e de omissão de auxílio.

A audiência foi ainda marcada por momentos de tensão, quando o juiz Pedro Frias advertiu Igor Semedo pela sua atitude durante a sessão. “Se mantiver esse comportamento, incorre num crime de perturbação de órgão constitucional”, declarou o magistrado, acrescentando: “O que disse é execrável. Eu não tenho nada contra negros, nem amarelos”, em resposta à acusação de racismo proferida pelo arguido.

A sentença ainda poderá ser alvo de recurso por parte da defesa.