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Exportações dos países lusófonos para a China recuam 26% até abril, no pior início de ano desde 2020

by REDAÇÃO

As vendas dos países de língua portuguesa para o mercado chinês registaram uma queda acentuada de 26% nos primeiros quatro meses de 2025, totalizando 34,3 mil milhões de dólares. Os dados foram divulgados esta semana pelos Serviços de Alfândega da China e compilados pelo Fórum de Macau, que acompanha a cooperação económica entre a China e os países lusófonos.

Este desempenho representa o valor mais baixo para o período entre janeiro e abril desde 2020, ano marcado pelo início da pandemia de covid-19, refletindo uma retração significativa nas relações comerciais com a China.

O Brasil, principal fornecedor lusófono à China, foi o país mais afetado, com uma descida de quase 30% nas exportações, que caíram para 27,1 mil milhões de dólares. Também Angola, segundo maior exportador do bloco para o mercado chinês, viu os seus números recuar 6,1%, com vendas no valor de 5,49 mil milhões de dólares.

Portugal, por sua vez, registou uma quebra de 12,5% nas exportações para a China, que se fixaram em 883,2 milhões de dólares.

Das nove nações de língua portuguesa, sete viram as suas exportações diminuir neste início de ano. Em contraciclo, Moçambique destacou-se com um aumento de 26,3% nas vendas, atingindo os 604,7 milhões de dólares. Já a Guiné-Bissau manteve-se sem qualquer registo de exportações para a China, tal como no mesmo período de 2024.

Outros países lusófonos registaram quebras ainda mais expressivas: a Guiné Equatorial viu as suas exportações reduzirem-se em 48,1% (203,5 milhões de dólares), enquanto Timor-Leste, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe registaram quedas de 96,1%, 83,3% e 58,3%, respetivamente — embora nenhum dos três países tenha superado os cinco mil dólares em vendas para o mercado chinês.

Este abrandamento geral nas exportações lusófonas ocorre num momento de ajustamentos na economia chinesa e pode influenciar as futuras estratégias de comércio e investimento entre os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a China.

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