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🇬🇼 Guiné-Bissau: Dia de África marcado por repressão e detenções

by REDAÇÃO

Neste 25 de Maio, Dia de África, a Guiné-Bissau viveu mais um episódio preocupante de repressão política. O que deveria ser uma data de celebração e reflexão sobre os caminhos do continente, tornou-se palco de tensão e violência. Quatro cidadãos foram detidos durante manifestações organizadas por diversas entidades da sociedade civil, segundo informou Armando Lona, coordenador da Frente Popular.

A mobilização, que ocorreu em vários bairros da capital, visava exigir direitos básicos como liberdade de expressão, justiça, eleições transparentes e o respeito pela democracia — princípios que, segundo os organizadores, estão cada vez mais fragilizados no país.

Segundo Lona, os manifestantes foram detidos de forma violenta e arbitrária. “Estamos a tentar descobrir onde estão e em que condições se encontram”, declarou o ativista, denunciando mais uma ação de repressão por parte do regime.

O contexto político em que a manifestação ocorreu é particularmente delicado. O Parlamento encontra-se encerrado há mais de um ano e o Supremo Tribunal de Justiça, segundo a oposição, está politicamente controlado. O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, continua no cargo apesar de alegações de fim do seu mandato desde 27 de fevereiro deste ano.

Para a Frente Popular, a repressão das manifestações é apenas mais um reflexo do desrespeito sistemático às normas constitucionais. “Não é a palavra de um único indivíduo que pode sobrepor-se à Constituição da República”, afirmou Lona.

As organizações envolvidas têm sido acusadas pelo governo de agir contra o Estado. Em resposta, Armando Lona rejeita tais acusações: “Somos cidadãos guineenses com direitos. Não temos ligações partidárias. Lutamos por dignidade, por hospitais, escolas, uma economia justa e instituições que funcionem”.

O movimento, segundo ele, não tem qualquer agenda política. Seu objetivo é puramente cívico: pressionar por uma Guiné-Bissau mais justa, democrática e inclusiva.

A repressão constante e a crise institucional têm gerado um clima de desespero, especialmente entre os jovens. “Muitos estão a deixar o país. A justiça não funciona, o parlamento está fechado, e o povo sente-se abandonado”, lamenta Lona.

Neste Dia de África, a realidade guineense revela um contraste doloroso com os ideais de liberdade e progresso. A luta pela democracia segue viva nas ruas de Bissau — mesmo diante da repressão.

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